quinta-feira, 14 de setembro de 2017

#45

Estamos mais perto do fim do que alguma vez consigamos imaginar.
Sempre fez parte de nós, sempre soubemos que um dia teria de acontecer e não é por isso que deixamos de lutar pelo que realmente queremos, queremos ter ou vir a ser.
No meu caso sempre andou a atrás de mim, como um sussurro que sempre me disse que não iria ser mais que os outros, que chegaria muito mais cedo do que alguém poderia imaginar.
Nunca pude realmente dizer que em algum momento da minha vida estivesse bem ou feliz a 100%. Talvez esteja plenamente enganada, porque sei em que momentos fico realmente feliz, mas são tantos sentimentos misturados que nem sei se realmente atinjo a pura da loucura da felicidade. Devo dizer que sempre tive gente do meu lado (muito obrigada, vocês sabem quem são), mas eu sempre fui uma pessoa que se afasta demasiado, por medo de não merecer tamanho sorriso a transbordar pelo olhar, ao mesmo tempo feitio difícil e que isso fez com que fosse mais difícil ganhar mais amizades. Se não fosse por aqueles 3, provavelmente já teria ido à vida.
Já ando à muitos meses a tentar escrever este texto, a tentar deixar sentimentos virem ao de cima. E devo dizer que sempre foi horrivelmente difícil, mas finalmente ando a aceitar isto.
Gostava de fazer muitas coisas na vida: viajar, ter uma vida que me levaria a muitos acontecimentos incríveis, tantos quanto possíveis, para no fim rir feita parva por tudo o que fiz; sempre tive vontade de mais, de andar pelo desconhecido com desconhecidos, talvez ate casos de apenas 1 noite; penso em constituir família, ver putos a correr por todo o lado, e o meu amor por eles a aumentar a cada segundo. Mas, no fim desses pensamentos, a morte está sempre la, como um aviso, a sorrir para mim. E há tantas formas que me ocorrem...
Atropelamento. Acidente rodoviário provocado. Abaixo de uma ponte. Contra o rio, com peso para não me conseguir levantar. Comprimidos. Facas. Armas. Comboios. Demência. Depressão. Desaparecimento repentino.
São tantas as opções, tantos os motivos e as faltas de força ao mesmo tempo.
Quem depois de tanto tempo conseguiria sentir falta e seguir em frente? Sentir falta, provavelmente nem metade dos que imagino. Seguir em frente, absolutamente todos o fariam, de uma forma ou de outra...
Sei o quanto o meu pensamento vagueia sobre isto e sei também que não é sempre, mas mais naqueles momentos em que me sinto só e desamparada. O que, inevitavelmente, me acontece algumas vezes.
O amor é tão subestimado. Não é ser mimado ou carente, trata-se da quantidade que cada um precisa, da forma que todos se querem sentir vivos de alguma forma e, honestamente, eu preciso de me sentir viva mais vezes, porque me sinto a afundar mais vezes do que se pode considerar normal.
Então há que manter a mente ocupada. Mas nem sempre isso se torna possível..
"Never give up", "🌙" são só fases, "🕊" a liberdade chegará.
Mas até quando?
Sei que quando chegar ao fim hei-de deixar aqui ou algures umas palavrinhas de afecto. No entanto, não prometo que essas mesmas não vão magoar. Tudo o que peço é compreensão.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

#44 - confusão turbulenta

Confusão paira sob mim neste momento. Sinto que estou a precisar de uma distração, uma distração extrema. Ando a pensar demasiado, em coisas que não devia, tal como sentir coisas impensáveis. E sonho, sonho como a porra, sonhos duplos até e isso está-me a levar ao extremo, porque nem a dormir alcanço o sossego que a minha mente me anda a pedir a muito. A mente consegue pregar-nos tantas partidas.
Supostamente devia estar a focar-me no necessário, no que realmente preciso. Mas não, tenho andado perdida em nenhures e apesar de saber o caminho de retorno, a insanidade é enorme e desvia-me a cada momento mais um pouco.
Não tenho coragem de falar a quem quer que seja do que ando a pensar e a sonhar. Por breves momentos esqueço-me da realidade e fico feliz com esses sonhos, mas rapidamente volto à realidade e percebo que simplesmente tenho de manter os pés bem assentes no chão, manter a cabeça o mais ocupada possível, fora destes pensamentos.
Se calhar é de distância que preciso. Talvez precise de sentir que vão sentir a minha falta. Talvez eu esteja só de passagem e facilmente ultrapassarão a minha ida sem retorno. Egoisticamente, gosto de pensar que nunca a hão de ultrapassar, gosto de pensar que se irão sentir arrependidos por não me terem demonstrado vezes suficientes que me amavam. Também penso que não sentirão nada mais além de pena. Por uma morte supostamente inesperada.
Os sentimentos vêm e vão, e não sei quais serão os corretos. Gostava que estivesse ca alguém para me indicar o caminho certo.
Provavelmente as coisas seriam mais fáceis se fosse outra pessoa ou se estivesse noutra vida. Mas, por outro lado, há coisas, pessoas e momentos que não conseguiria trocar por nada. Mesmo que neste momento não se façam sentir como é devido...

segunda-feira, 10 de julho de 2017

#43 - Acontece...

"E contigo perdi-me. Aliás, tens essa capacidade única de fazer com que o momento seja nosso e de mais ninguém. Fazes-me sentir teu e o mais especial de todos"
É impressionante como o tempo passou rápido. Mais um verão verão que já raça a meio!
Já não estava com os rapazes à muito, as saudades já estavam a apertar e finalmente conseguimos juntar-nos!
A ideia era uma ida as lagoas menos frequentadas, e, no meio de muita agitação lá conseguimos. Eu e os rapazes, eles os 4, como costume. Saímos apenas pela hora de almoço, passamos pelo supermercado e compramos um lanche jabardolas, e de seguida ir buscar o almoço ao mac. Quanto mais rápido la chegássemos melhor. A animação corria-nos nas veias, de carro cheio e de barriga também, por agora.
Lá chegamos e foi tenda por todo o lado. (...) e o resto foi chegando, mergulhos, brincadeiras, cartas na mesa improvisada e a curtição de um sonzito.
Demos por nós já perto da hora de jantar quando reparei que um carro se pôs mesmo ao lado do nosso. Ouvi a sua voz e vi-o, mas ele não a mim. Chegou mesmo na hora do último a ser (...) por mim, que modéstias à parte, eles achavam o melhor. Talvez de tanto (...) e paranoia, mas diziam sempre isso, que o último tinha de ser eu a preparar e la ia eu, para a pedra onde podia fazer sozinha, vendo apenas o começar do por do sol. Ele não sabia que eu sequer o fazia, quanto mais "tao bem", mas caguei, continuei na minha. Mal ele estava a meio levei-o para a roda que os rapazes e Ele já tinham formado, estavam ansiosos. Ele olhou para mim quando me sentei, pisquei-lhe o olho e disse-lhe um "ola" silencioso, apenas com os lábios e ele retribuiu.
A aula zen acabou e fomos todos jantar, algo mais em condições, mas só após um banho na casa do tio Franclim, como sempre. Vesti um vestido preto e sabendo a correria que eles são, calcei umas vans e prendi o cabelo em 2 tranças embutidas, sem maquilhagem.
O jantar correu sobre rodas, nada de mais. Conversas tardias na esplanada, até que por fim se cansaram e decidiram que estava na hora de bazar.
Fui na sua direção. A noite ainda era uma criança e ainda queria ir a beira mar. E se tivesse de ser sozinha assim o faria.
"-Nenhum deles alinha em ir a praia comigo, queres ir? Ainda nem conseguiste aproveitar bem o dia" - pedi e ele aceitou, ainda que de pé atrás.
Éramos amigos desde sempre, mas nestes últimos tempos temos andado afastados, meios dispersos da nossa amizade. Acontece.
A folia apareceu em mim, e depois de pôr-mos toda a minha tralha na mala, la fomos nós.
A conversa fluiu com uma naturalidade relaxante, e num instante la estávamos nós a passar de carro a beira mar, a cantar super alto as musicas da rádio, enquanto eu, meia empoleirada com tronco de fora a apanhar a brisa do mar e a fumar nada mais que cigarros.
"-És louca!" -gritou-me.
Pus-me à chinês no banco enquanto esperava que finalmente parássemos.
Paramos perto o suficiente de um bar, ao qual a correr o puxei la para dentro. E dançamos. Dançamos feitos mariquinhas, feitos palhaços. Éramos felizes dessa forma, mesmo ele envergonhando-se a si mesmo com os passos de dança e tentativas de acrobacias parvas, que só me faziam rir mais.
Saímos a socapa do bar, não pagamos nada, ate que os nossos pés tocaram na areia gelada e molhada.
Corri e ele veio atrás de mim, até a beira mar, já descalços.
"-Vamos entrar?" -perguntei, despindo o vestido com facilidade. Demos apenas um pequeno mergulho e saímos tão rápido quanto entramos. Não sei bem como, no meio dos empurrões e brincadeiras para nos mantermos quentes, eu tropecei nele, ou ele em mim, e caiu mesmo de frente a mim na areia.
Nenhum de nós falou o que quer que fosse. As minhas mãos já estavam no peito dele, por causa do impacto e para que não caísse (em vão, pois caímos a mesma) e por isso, as minhas mãos passaram levemente sob o seu cabelo, deixando o seu rosto mais visível, por detrás daquele cabelo castanho claro, grande o suficiente para o esconder.
Beijamo-nos.
Foi algo super estúpido, já que ambos tínhamos namorado/a, mas ao mesmo tempo inevitável. Aconteceu.
Não permito a mim mesma contar o que se passou a seguir, pois por mais que me lembrasse de tudo, no dia seguinte só apenas as minhas recordações iriam ficar, e pouco mais de algumas fotos juntos em ambos os telemóveis, sem o mínimo de malícia que se pudesse transmitir, só alegria.
Nunca mais fui a mesma, mas continuei, e Ele também.
E porque sendo "apenas" meu amigo, "e porque o que sinto por ti é amor, só me resta dizer que te amo"

segunda-feira, 12 de junho de 2017

#42 - novas emoções



Acordei com um frio na barriga. Ja nao acordava assim à muito, muito tempo mesmo. O que raio se ia passar hoje?
Estava relativamente calor, decidi que hoje iria de vestido para a escola. Cabelo meio preso em trança, meio solto a frente. A bolsa ja havia preparado no dia anterior e sei que a maior parte dos livros estavam no cacifo, tal como a capa, que usava para caderno de tudo. Simples, mas bem, la fui eu.
Cheguei relativamente cedo. Fui buscar o necessário para a primeira aula da manha. A Jess veio e assustou-me, dando-me uma palmadinha nas costas.
"Bom dia jeitosa", dois beijinhos e fomos fazendo atualizações sobre o fim de semana. Mais uma saída dela e mais um dia meu por casa. Nada de grandes novidades.
Fomos andando para a aula de Português Aplicado. Adorava aquela aula, daí ser sempre das primeiras a chegar ao meu lugar, num dos cantos do auditório D4. Jess ficou mais la a frente, para apontar tudo, como sempre, gaja aplicada.
"Bom dia gente, como foi o vosso fim de semana?", o professor Colin perguntou amigavelmente.
"Otimo, pena que ja acabou", o pessoal ia dizendo.
A aula estava quase a acabar quando recebi um bilhete que me foram passando, so com a inicial "P" no cantinho do bilhete. "Na hora de almoço vem ter comigo ao bloco de mecânica, anda sozinha. A preposito, estás linda hoje.". Ao início ate pensei que fosse do Nate, o meu namorado, mas temos andado com uns arrufos de treta e alem disso, era um P, que podia ser o Peter ou do Pattinson, nao sei de qual deles seria, ja que estavam ambos na sala, relativamente perto um do outro.
A minha curiosidade levou a sua avante, e depoia de Português B, Linguas Estrangeiras e Vpn, la fui eu.
Dei um pequeno beijo à Jess e disse-lhe que em breve a encontraria no bar para almoçar.
Andei apressada ate aos mecânicos. So rapazolas curiosos a ver o que eu andava a fazer por aqueles lados. "Ola", "Boa tarde", fui dizendo, procurando um deles, curiosissima por ver quem mandou o bilhete.
Fui puxada para um canto, longe da vista de quem andava por ali, ainda sem ver quem me tinha agarrado.
"Estava a ver que nao vinhas princesa", aquela voz rouca soou por detras dos meus cabelos.
"Ai Tom (Pattisson), que susto!", encostei a mao ao peito pelo susto "Nao sabia se eras tu ou o Peter! Que precisas, para teres feito tanto suspense e ter de vir para este bloco?", perguntei, afastando-me dele, vendo finalmente a sua cara. E que lindos olhos tinha ele.
"Nao te afastes", pediu segurando a minha mao, "Tenho algo para te dizer, ou melhor, mostrar", o sei sorriso no canto da boca apareceu. Puxou-me para ele e agarrou-me mais, dando-me um abraço. A sua boca juntou-se ao meu ouvido e enquanto uma das suas maos pousou sob a minha anca, a outra desceu para o meu rabo, e por mais que soubesse que estava errado, nao me consegui mover.
"Céus, quero-te dizer isto a tanto tempo", a sua respiração apressada, o seu aperto mais forte "Amo-te Ana, tanto que nao consegues imaginar, à muito tempo. Quero-te tanto, quero-te fuder", as suas palavras fortes e rudes atingiram-me.
Agora sabia o porquê do friozinho de manhã quando acordei. Estava a prever qualquer coisa, e era ele.
"Tom", suspirei, "Pára com isso, eu tenho namorado", consegui resmungar.
"E onde anda ele agora?", o seu tom de chateado. Ele sabia que eu e o Nate andavamos um pouco distantes ultimamente. "Chega aqui", puxou o meu queixo na sua direção e encostou os seus lábios aos meus.
O que raio estava eu a fazer?
Beijou-me com mais força, a sua mao desceu o suficiente para tocar na pele do meu rabo, apertando-o, sem que fosse claro para os outros que tinha la a mao, e eu simplesmente deixei. Retribui o beijo e sem que me apercebesse estava a movimentar-me sobre ele, e ele sobre mim, com um desejo que nao sabia que existia.
Barulho. Alguma das máquinas dos mecânicos estava a mexer-se por perto e tive de o empurrar para que me largasse por fim.
"Chega aqui", pediu novamente, "Isto ainda nao acabou. Logo, depois das tuas aulas terem acabado, vou-te levar a sair e nao aceito um nao como resposta.", sorriu encostando a sua testa a minha,"Ah, nao te esqueças, amo-te!", a sua voz e aquela palavra de novo. Dei uma cabalhota mental sob mim mesma.
Sorri e andei a passo rápido. Olhares confusos. "Vê la o que fazes, ou afastas um ou outro", um dos rapazes que me vira chegar pediu e assenti.
Continuei rapido, indo para o bar a velocidade da luz, vendo que tinha apenas 10minutos para comer algo e vendo o meu tlmvl, cheio de msgs, tanto da Jesse como 3 do Nate. Estava lixada e nao sabia que desculpa dar a ambos...
"Desculpem, perdi-me no tempo na biblioteca!", um beijo na testa a ambos.
"Que foste la fazer? ", o Nate desconfiado perguntou.
"Buscar um livro, para uma aula, mas perdi-me, como sempre!", encolhi os ombros.
"Qual é o livro?", voltou a atacar.
"Ahm, é..." tentei encontrar algo na mochila, quando o rapaz que falou comigo enquanto saia la do bloco, me aparece ao lado, com um livro qualquer, "Esqueceste-te do livro la!", um sorriso dele e um "obrigada" silencioso saiu dos meus labios, salvou-me. "É este Nate, qual o motivo dessa desconfiança?", resmunguei.
"Nada, desculpa amor.", tentou dar-me a mao mas afastei-o. "Tenho de ir para a aula, adeus", levantei-me, levando a Jess comigo e deixando-o sozinho para tras.
"O que foi isto?", ela perguntou curiosa.
"Nada, simplesmente nao estamos bem outra vez", encolhi novamente os ombros.
"Ha tantos rapazes por aí, se nao estas mais interessada deixa-o", riu-se olhando em volta, "Olha, por exemplo, tens ali o Pattinson que é muito giro e esta a olhar para ti a meia hora", apontou com um toque de cabeça na sua direção.
"Não quero pensar nisso por agora, deixa andar", terminei.
As aulas da tarde pareciam nunca mais ter fim.
Já so pensava no rapaz que me roubara uns beijos e mimos à umas horas atrás. Céus. O que estou prestes a fazer?
Quando estava prestes a sair universidade fora, um carro preto parou a minha frente. Com os vidros a abrir, vi-o de óculos de sol, com um sorriso virado para mim.
"Anda, vamos lanchar", ele falou e eu entrei.
A música tocava levemente, quando por fim paramos num parque, com uma pastelaria la pelo meio. Era ali que iamos falar. Ainda sobre o quê nao sabia.
Era super calmo, e falamos sobre muita coisa, menos sobre o que se tinha passado antes. Acabamos e ele insistiu para pagar. Agradeci e fomos passear pelo parque. Paramos numa zona ainda mais calma, nao estava la ninguem aquela hora. Pegou numa mantinha que tinha por cima da arvore e po-la na relva, dando para se encostar a mesma arvore.
"Podemos ficar aqui?", perguntou, ajudando-me a sentar.
"Claro", sorri e la ficamos.
O calor pareceu subir, e quase sem me aperceber, estava no seu colo, enqanto que me acariciava a face e mexia no cabelo.
"Estás a gostar?", perguntou olhando em volta.
"Talvez...", sorri, deixando-me levar pelo seu olhar.
Aproximou-se devagarinho e beijou-me, e eu deixei. Beijei-o de volta, enquanto as suas maos me rodeavam, ate que o senti crescer, por debaixo do vestido.
"Desculpa", afastei-me, vendo-o grande sob as calças de fato treino largas.
"Ja ando a ficar assim por ti a muito tempo princesa", disse, pondo-o de fora, enquanto as minhas maos desciam e lhe mexiam, cima, baixo. Foi rapido, mas caloroso e excitante. Estava ja por cima dele, ainda que sentados, e enquanto ele me ajudava nos movimentos, naquela rapidez, tornei-me dele, e ele meu. Tapou-me a boca e aconteceu. Nunca alguma vez tinha feito algo do genero em "público". Por fim, deitamo-nos lado a lado, ofegantes e falamos.
"O que sentiste?", perguntou, acariciando-me a coxa.
"Tudo", corei. "E nem sequer sei o que isso significa ca dentro", apontei para o coração.
"Achas que podiamos tentar? Sabes, namorar? Ahm, queres namorar comigo?", a sua voz trêmula, junto a meu pescoço.
Beijei-o, dando-lhe o sim.
O mundo por vezes é tao quadrado, mas com ele, nao queria mais nada, sentia tudo, sentia-me feliz. Se sentia tambem que era para durar ou nao? Nao sabia, conhecia-o a varios anos e nunca nos aproximamos assim tanto. Mas isto abriu-me os olhos. Neste momento, era com ele que queria estar, e se tinha de acabar com o Nate, assim o faria na manha seguinte.
Nao me posso obrigar a ser ou a sentir o que os outros querem, mas era assim que ia ficar por agora.
Envolvemo-nos mais uma vez, e com o passar do tempo, toda a gente aceitou. 3anos se passaram desde aquele momento, e por rebeldia ou calor do momento, tem resultado, e espero que resulte eternamente.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

#41 - E se eu não me lembrasse de ti?

É como se me faltasse algo todos os dias, e porra, não conseguia descobrir o que era.
Levantava-me da cama, tomava o pequeno-almoço, vestia-me. Estava tudo tão vazio, tão oco e eu queria algo mais.
A procura começou.
A princípio pensei que fosse um objecto, por isso fui a lojas, montes de lojas. Roupas, objectos para casa, comida. Tudo e mais alguma coisa, mas no fundo coisas que sempre quis e precisava. Senti-me melhor, mas essa sensação foi-se desvanecendo.
Se calhar era animação. Talvez um cão ou um gato. Porque não ambos? Não, apenas gatos. Num apartamento é melhor assim. E então, porque não um gato e uma gata? Okay… De mães diferentes, é claro, apareceu a Kelly e o Xico. Lindos!
Uma trabalheira do diabo no início! Só faziam asneiras, arranhavam tudo e tinha que os levar ao veterinário várias vezes. Felizmente acalmaram… até a Kelly ter o seu primeiro cio e ficar louca!
Para minha felicidade, com tantos os berros deles o dia todo, ela não engravidou. Acontece. E neste caso isso foi óptimo para mim, estava a precisar de sossego, era mesmo de sossego que mais precisava, e não animação.
Mas continuava a faltar algo…
Passaram-se uns meses… Estávamos a começar o outono, e ainda não tinha tido a necessidade de vestir mais um casaquito nem nenhuma camisola mais grossita.
Caminhava para o trabalho, depois de um estacionamento fácil. Quebra de pernas, tremelicavam tanto quando o vi. Céus!!! Não foi fácil disfarçar. O que raio acabou de acontecer? Passou mesmo por mim e eu vacilei. Já se passaram anos e anos desde que isso não me acontecia. Não faço ideia de quem seja, mas era mesmo giro, pena que tinha anel de comprometido…
Não consegui tirar o rapaz do meu pensamento o resto do dia, nem tão pouco o resto das semanas que se sucederam. Provavelmente se eu contasse às minhas amigas elas ou iriam fazer um grande, grande filme, ou quando lhes dissesse quem era o rapaz, (isto é, se o voltasse a ver) nem o iriam achar tão giro como eu achei.
Lá acabei por contar a uma colega de trabalho, uma amiga e a partir daí, sempre que me perguntava por ele, apelidava-o de “jeitoso”. Nessa sexta convidou-me para ir sair com ela, irmos jantar e irmos até algum bar, algo soft, e na dúvida, ainda a medo, lá aceitei.
Fui para casa como habitualmente e arranjei-me, o máximo possível sem exageros. Já não saía a muito tempo. Vestidinho justo nas mamas e o resto solto o suficiente; cabelo ondulado, mas com uma trancinha a volta da cabeça; maquilhagem que passava despercebida; sapatilhas, nada de salto alto, senão passados 10 minutos já me estaria a queixar e isso não me tornaria mais confiante, por isso sapatilhas.
Ao chegar ao restaurante, depois de ela me ter vindo buscar, percebi que afinal tinha lá algumas amigas minhas no grupo. Fiquei felicíssima, já não conseguia sair assim e estar com elas à muito tempo. Que saudades! Foi um jantar mesmo intenso e alegre!
Após jantadas, fomos até um bar do outro lado da rua do restaurante. Fomos todas! Para minha surpresa tinha lá dois ou três amigos meus, e os namorados das minhas amigas estavam lá todos. Não conhecia nenhum. Era impressionante como todas tinham namorados e eu nenhum.
Depois do pequeno acidente, em que perdi parte da memória, não me apresentaram ninguém, as pessoas iam passando por mim, sendo amigos ou familiares e os que reconhecia falava, e os que não, ficavam desfeitos por não me lembrar. Insisti para que me apresentassem todos os que não me lembrava, mas nunca o fizeram. A memória tinha de voltar, mas nunca voltou.
Encolhi-me a um canto enquanto os casalinhos iam dançando. Observei cada canto da casa e fiquei rendida, era bonito, nada de berrante, e tinha o seu charme/romance. Quando o avistei. Lá estava ele outra vez, tanto tempo depois! Já tinha perdido a esperança de o voltar a ver. Estava sentado numa mesa no balcão, aparentemente sozinho. E eu queria uma bebida, ou pelo menos, os calores pediam isso. Estava aterrada de medo! Mas fui, fui com a força toda que me mantinha ainda de pé.
“Um whisky cola por favor!”, pedi, mesmo por detrás dele, já que estava sentado de lado. O jovem trouxe-me e eu caminhei de volta ao meu cantinho, perplexa por não lhe ter conseguido ter dito nada, nem um toquezinho de atenção.
“Onde vais com tanta pressa?”. Parei e não consegui dizer uma palavra que fosse. Ele estava parado a minha frente, com um sorrisinho de fazer perder a cabeça. Tirou-me o copo da mão, puxou-me para ele e pôs-nos em posição de dança, com os meus braços em volta do seu pescoço, e as dele em volta das minhas costas. Chegou-me bem para ele, e não sei como dançámos, tao lentamente quanto aquela música pedia, e os meus nervos estavam prestes a explodir. Mas o fim da música chegou e paralisei.
“Queria tanto que te lembrasses de mim! Sinto tanto a tua falta! Amo-te!”. Quê???
Ele largou-me e foi embora, por entre as pessoas que lá dançavam. Tentei fixar-me no que ele dissera, na sua expressão e na sua mágoa.
Corri. Corri atrás dele, o mais rápido que pude.
Lá estava ele, ao lado da porta, encostado a parede olhando as estrelas. Uma súbita força e coragem apareceu e lá fui eu. Atirei-me a ele, apanhando-o desprevenido e beijei-o! Retribuiu num segundo.
PUM! Memórias e mais memórias surgiram! Fiquei tonta e aconcheguei-me no seu abraço. Sabia agora o que me atormentava, o que me fazia falta, à tanto tempo. Como era possível que não me lembrasse do meu próprio namorado?
“Desculpa ter-te feito esperado tanto tempo. Desculpa não me ter lembrado de ti e de nós. Não sabes à quanto tempo andava a tentar perceber o que me fazia falta. E esse alguém és tu! Amo-te!”.

#40 - já se passou tanto tempo...

Olá. Como estás? Como tens passado?
Por favor, conta-me mais coisas sobre ti. Perdi-te tanto e preciso de ti mais uma vez.
Sempre foste mais, marcaste-me tanto, com tanta força que me impedia de respirar e punha as pernas a tremer.
Não, não foste o único que me fez ter as pernas a tremer, houve apenas um antes de ti, e depois de ti nunca mais me fizeram sentir o mesmo.
Gostava de te ver agora. Já se passou tanto tempo e acho que, estando tu mais crescido e diferente, eu voltaria a encontrar-te no meio de uma grande multidão. Céus, gostava mesmo tanto de te voltar a ver.
Ainda és o mesmo? Será que ainda me conseguirias tirar o fôlego só de te ver?
Os teus olhos, o teu sorriso, a tua timidez misturada com o homem adulto que te tornaste, a lutar pela vida e pelo que realmente queres.
Podíamos ter dado tão certo!
Admito. Hoje, passado tanto tempo, estes aninhos, é das poucas vezes que me voltei a lembrar de ti. Não me julgues, pois eu lembrei-me e sei que por mais que ame outro, que esteja com amigos e que conheça mais gente, tu irás sempre ser tão especial. Era tão bom que continuássemos amigos e que estivéssemos mais vezes juntos! Mesmo sabendo que o sabor não ia ser o mesmo, e que nunca te tocaria ou abraçaria como alguma vez fui capaz de fazer.
Os tempos são outros. Eu cresci, aprendi tanta coisa, conheci tanta gente. E por mais que não me sinta mesmo, mesmo feliz, estou bem com quem estou e como estou. Ser rica dá sempre jeito, mas não o sou.
Espero mesmo que consigas ser feliz e alcançar todas as tuas metas. Ainda temos uma longa vida pela frente, mesmo que seja por caminhos separados!
Demorei a entregar-me a outra pessoa, mas cá estou eu, de corpo e alma, toda a ele. Espero que um dia encontres alguém assim, tal como eu encontrei!

#39

A vida dá-nos tanto, mas levamos tão pouco dela.
Começamos com tão pouco, um grito sufocante no grande vácuo, no escuro, sem sabermos para onde vamos e o que vamos fazer. Aos poucos vamos sabendo o que nos rodeia. Os sons são tantos que não sabemos por qual prestar atenção! Uma luz. Tudo começa a ficar lentamente mais claro e começamos a focar-nos em algo, ao que penso ser a progenitora, naquele colo quentinho e satisfatório. Varias mãos e vários processos. Mas só queremos o que nos faz sentir bem e sentir protegidos, certo? Por mais que muitas vezes a progenitora não nos queira, e que provavelmente um aborto ou um preservativo tivesse-nos salvo de tanta coisa.
Mas se aconteceu é porque tinha algum motivo de ser.
A nossa fúria começa, começamos logo desde cedo a querer mais. Começamos a querer correr, sem mesmo saber se há alguma possibilidade disso ou se o nosso corpo sequer aguentará. E fome. A fome a séria começa, queremos tudo e não comemos nada. Queremos o que nos traga felicidade, tal como os brinquedos, só para os ter e não para realmente lhes dar uso. As crianças podem ser tão idiotas. O que na verdade (às vezes), ainda acho que sou uma. Tão pequena, inútil e insegura, a querer mimo, atenção e protecção.
Escola. Regras que não queremos. Tanta coisa para fazer e aprender, e tanto mais só para brincar. As crianças são tão cruéis.
O tempo passa e chutamos pedras pelo caminho.
O primeiro “não” à seria, o primeiro amor, o primeiro coração partido. Porquê que não nos é explicado que o coração pode quebrar mil vezes e da mesma forma, voltar a juntar-se, pedacinho a pedacinho, com as mais diversas das coisas, acontecimentos e pessoas? Temos uma mente tão grande e profunda.
Trabalho. Faz isto faz aquilo. Sê amais isto, devias ser mais como “x”. Por um trabalho honesto, que ganhemos o suficiente para vivermos o quanto baste e para termos sempre os nossos direitos, sendo homem ou mulher. Ninguém mais do que ninguém.
Casamento. Ou não. Depende de ti e de outros. Até pode nem ser possível. Caso a caso.
Rotinas, tarefas. Tornamo-nos velhos, a cair de podre e cova.
Podemos querer e fazer tanto ao longo do nosso ser. Será que fazemos e aproveitamos o suficiente (todos os dias)?

segunda-feira, 3 de abril de 2017

#38 - labirintos

Estou num labirinto. Um realmente grande, confuso e aterrador. Muda constantemente, aliás, todos os dias. Já fiz todos os cálculos possíveis, e é impossível determinar se muda a cada 24h, ou se muda a cada 20h, 15h, 60mins, etc. Mas muda e por mais que pareça ser o mesmo caminho, não o é. É sempre diferente.
Tem sempre mais adversidades e lutas pelo caminho, ainda que algumas vezes se torne mais calmo e "feliz" e noutras o oposto.
Como vou sair daqui?
Por vezes penso que se abre uma saída, mas o caminho em si e o tempo que demoramos ate la chegar faz com que a tal "fuga" já não seja possível e tenhamos de voltar a estaca zero, ou pelo menos, continuar de onde havíamos parado.
Por outro lado, parece que percorremos um caminho longo e sem fim (por vezes demasiado longo e doloroso). Que constantemente nos testa e faz duvidar de tudo, no geral.
Mas então, o que haveremos de pensar? Que realmente existe alguma saída para a nossa insanidade humana?
Se sim, como fazemos para a alcançar sem chegarmos "atrasados"?
"Depressa e a direito".
Foi isso que eu li algures. Mas não sei ate que ponto isso faria sentido.
Indo depressa e a direito contra a dor, contra o saber e contra tudo aquilo que se nos constrói.
Mas então, neste tao grande labirinto, estaremos realmente sozinhos?
Consigo clarificar essa questão muito rapidamente: algumas pessoas sim e outras não; algumas mais que outras; algumas por opção e outras sem opção!
É a isto que o poderoso Labirinto da vida se resume. Por vezes temos de enfrentar os nossos medos e ate as nossas vitórias chegando a algum lugar, ou não.
E de outras, teremos alguém que nos faça cair ou alguém que nos ampare a queda.
Poderíamos simplesmente ficar acanhados a um canto, vendo o labirinto mudar, e nós mesmo não mexendo uma palha para descobrir como raio se sai daqui, mas ca vai: algum dia teremos de nos mexer ou morreremos caídos ao puro esquecimento, e se há coisa que ca dentro todos têm medo, é de se morrer sozinhos, sem quaisquer vivências.

sábado, 18 de março de 2017

NOTA

É a primeira vez que faço uma nota no blog. Peço desde desculpa caso tenha algum seguidor constante que apenas queira ler as minhas "tretas" e não esta NOTA fora de contexto. 
Escrevo isto apenas para comentar que o blog está a ficar um pouco saído da casca! Inicialmente só o usava para textinhos inventados e histórias que provavelmente alguém viveu ou gostaria de viver. Mas atualmente acho que ando a tornar isto num
diário e honestamente não sei até que ponto isto irá "estragar" o blog ou não...
Eu escrevi quando as palavras me aparecem na cabeça, nunca com um rumo certo e é isto que me tem aparecido ultimamente ou o que sinto que tenho de mandar para fora. Espero que o blog
não perca a sua essência natural. Vou tentar que não se torne de todo num diário, mas num misto de ambos.
Um pequeno aparte… A maior parte das vezes ponho data no título, que é para saberem quando escrevi. Porque como acontece muitas vezes, escrevo algo e só passado um mês ou assim é que venho aqui publicar. Muitas vezes só depois de ganhar coragem. Não há resposta certa a isso.

#37 - valer a pena

Ando-me a querer adiantar demais, demasiado rápido. Quando devia ser ao contrário, certo?
Devia querer aproveitar cada segundo de cada momento,
não era?
faz algum tempo em que só quero que o tempo passe mais rápido, para chegar a certa altura em que recebo €, ou quando neste momento queria que o babe volte do estrangeiro. Ou até mesmo que chegue a próxima semana para voltar ao gym, recomeçar...
Tenho a sensação que este ano vai chegar ao fim e eu vou achar que passou demasiado rápido e que eu
não o aproveitei como devia, logo o meu ano, o '17!
Sei que ainda vou a tempo de fazer o
resto do ano valer a pena. Mas não
sei. Sinto-me longe,  demasiado longe do que vale a pena. 
Acho que em parte é por querer que tantas coisas aconteçam e que esteja talvez a esperar mais deste ano (ou de algumas pessoas ou momentos) do que devia.

#36 - 10.02.2017 Poço de lágrimas

Lagrimas caem-me por todo o lado. Estou simplesmente exausta.
Queridos 20, querido 2017, não estão a ser o que eu esperava. Estão
a ser muito duros, estão a começar de uma forma que arrebata qualquer um. Porquê que tinha de ser logo a mim? E não me digas que esta é mais uma etapa para conseguir triunfar no futuro ou pelo menos para tudo ficar mais fácil! Fica sabendo que neste momento me encontro no fundo do poço. 
E eu não posso.
Não quero isso, de todo. 
Mas e então?
Nem sequer vale a pena referir que a única pessoa que tenho estado agora é o babe. Às vezes com a velha amiga. Mas e o resto? Estou a precisar tanto, mas tanto mesmo do resto! Especialmente dos meus outros dois, que sempre serão tudo para mim, mas que não
estou à tanto tempo. Sinto-me tão sozinha, tão vazia. É tao difícil dizer isto, admiti-lo.
Tudo está com tendência a piorar. Tudo.
Especialmente cá por casa, esta tudo num inferno! Quero tanto desaparecer. Por favor alguém me tire daqui. Preciso urgentemente de um abraço...
Por mais que tente, que saia e que esteja com mais gente, volto sempre ao mesmo. Aonde dói mais e só quero que esta dor desapareça de vez.
E os meus anos? A minha festa de anos?
Estava com tanta expectativa, tanta que tudo corresse bem, por os 20 serem um aniversário importante, e por estarmos em 2017. Porra do 17 da sorte. Foi uma noite impensável, e por mais que o jantar tenha corrido bem, não foi como antes, com TODOS à mesa como ANTIGAMENTE, mas não me cheira que algo volte a ser como antigamente.
Não sei. Não sei onde é que arranjo força e vontade para continuar, mas eu continuo.
Restam-me os meus três da velha guarda. Que por favor, eu preciso tanto que estejam mais presentes. Acho que era tudo o que precisava para voltar a ser feliz, ou pelo menos sentir-me melhor. Não sei que passo dar a seguir.