domingo, 10 de novembro de 2013

11# - 10 de Novembro de 2013 - "I don't wanna love you"

-Como é que entraste cá em casa? –fui directa, mexendo nos seus caracóis.
-Bem sabes que foi pela chave da Gemma. –disse calmo.
-E como é que te deixei vir para a minha cama? Nu? –perguntei, sentindo a cara queimar outra vez.
-Tu é que abriste a cama, e como te vi nua… –travou a frase e pôs-se sentando à minha frente, para acabar, olhando-me nos olhos. –Tu sabes que gosto de dormir nu, e não te resisto Ana! –deixou escapar, e continuou, pondo a sua mão por cima da minha. –Agarrei-me a ti, fazendo conchinha e logo o Harryzinho se levantou, porque tu pões-me louco Ana… Tu começaste-te a rir e agarraste os meus braços, pondo por cima de ti, com muita força. –contou, gesticulando com os braços.
-A sério que fiz isso? –suspirei. –Não está certo, não devias fazer o que te peço enquanto durmo. –olhei-o de lado.
-Mas tu amas quando te satisfaço esses pedidos enquanto dormes, já me disseste isso Ana. –sorriu maroto.
-Mas isso é enquanto estamos bem Harry, eu estou extremamente chateada contigo. –falei, tentando ficar séria.
-Bem aqui, eu sei que não estás. –tocou com a sua mão no meu peito, para os lados do coração. –Desculpa. Desculpa mesmo por tudo. –falou com voz trémula.
-Desculpa o que vou dizer, mas tu não prestas! –disse a rir.
-Eu nunca disse que prestava. –falou encolhendo os ombros. –Tu coisaste o meu coração. –finalizou entre meias palavras.
-O que queres dizer com isso curly boy? –perguntei, querendo saber mais.
-Tu não percebes e eu não consigo explicar. –disse com um sorriso nos lábios, levantando-se.

Aquela conversa estava a ser muito estranha. Eu sentia-me muito bem com ele, como se já não estivesse chateada com ele e como se estivéssemos apenas numas daquelas conversas banais que sempre tempos depois de dar um longo passeio.
Ou então era só a sua caricatura frente aos meus olhos que me estava a iludir e querer transparecer que estava tudo genericamente bem.
E pronto, voltou a olhar para mim e sorrir. «Calma coração, aquilo ali foi só um sorriso.», pensei para mim. Ele estava incrivelmente lindo e a luz tardia que vinha da janela ainda ajudava mais.
Olhei para a janela de modo a afastar pensamentos e vários sentimentos que estavam a dar cambalhotas por todo o meu interior e vi que a luz estava mais que excelente para uma bela fotografia, à lá tumblr.
Sorri de leve e vi Harry olhar-me fixamente para o rosto, automaticamente corei e falei de modo mais sério que conseguia, quando tudo o que queria era estar nos seus braços acolhedores.
-Eu não posso estar contigo, é muito complicado. Ambos somos e sabes bem disso. –falei, mantendo a postura.
-Princesa… -puxou pelas minhas mãos, de modo que me fez levantar e ficar frente a frente com os seus olhos verdes. Falou de novo. -Fica comigo, mesmo que seja difícil ou complicado, mas fica. –lágrimas apareceram nos seus olhos.
-Eu sinto a tua falta, todos os dias. –admiti, e lágrimas rolaram também pelo meu rosto. –E queria ser mais forte do que aparento ser, queria mesmo. –soltei as minhas mãos da dele e caminhei para perto da janela, de modo a abstrair-me de tudo o que estava a acontecer no quarto, mas sem resultado.
-Um dia disseram-me que o sorriso é uma forma de mostrarmos o quanto gostamos de alguém. –chamou a minha atenção. Encostei-me de costas para a janela e acabei de ouvir. -Ontem a Gemma perguntou-me se eu gostava de ti e imagina? Eu apenas sorri. –disse, sorrindo de novo.
-Já te disse que tens o sorriso mais bonito do mundo? –deixei escapar, sorrindo também, sorriso maroto.
-Nós não pudemos desistir de nós Ana, nunca! –juntou-se mais uma vez a mim.
Instintivamente colei o meu corpo ao seu, escondendo o meu rosto molhado na sua t-shirt, que em tempos lhe deram nos anos.
Sem qualquer música presente, começou a abanar-me de leve, de modo que começamos a dançar algum tipo de dança que desconheço. E naquele momento, eu juro, nós éramos infinitos.
Estivemos assim alguns minutos, até o meu choro ter sido completamente abafado pelo corpo dele e pelas suas lágrimas secarem no meu cabelo e testa, escorrendo também as suas lágrimas pela minha face.
Lentamente, com as suas mãos, pegou na minha cabeça e pô-la na direcção nos seus olhos. Tão lentamente como moveu a minha cabeça, também puxou o meu queixo para si e juntou os nossos lábios. E aí voltamos a beijarmo-nos, como nunca havíamos tocado com os nossos lábios e consequentemente línguas. Acarinhou o meu rosto com as suas mãos após o beijo e falou.
-Eu amo-te princesa. -sussurrou-me ao ouvido.
-Também te amo curly boy. –sorri de leve.
Dei-lhe novamente um abraço e apertou-me com quanta força podia, ele sabia que eu amava isso.
-Preciso de pensar Harry. –falei calma.
-Compreendo. –acarinhou-me novamente. –Mas eu posso ficar, se quiseres. –olhou-me nos olhos.
-Preciso pensar sozinha. –sorri.
-Eu vou, mas se achares que é preciso voltar, eu volto! –disse muito meigo.
-Vais ficar? –perguntei.
-Eu dou-te espaço Ana. –sorriu-me.
Descemos as escadas com as mãos dadas. Ao chegar à porta, antes mesmo de a abrir, colou mais uma vez os nossos lábios num beijo forte.
-Qualquer coisa, liga, seja a que horas forem. –disse rindo.
-Eu sei. –corei. –Vá, vai lá. –abri finalmente a porta para que saísse.
-AMO-TE! –gritou, enquanto pegava em mim ao colo e me rodopiava em frente à porta.
-Sabes muito sabes. –apalpei-lhe o rabo e fechei a porta rindo imenso com ele.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

10# - príncipes e princesas

Histórias de príncipes e princesas já não são mais iguais às de antigamente.
Um traço, um momento, uma personagem… Já nada é mais tão encantado e happy como antes.
“Porquê?”, Perguntas-te confuso. Porque as pessoas crescem, tornam-se algo qye não queriam e mudam o que os rodeia.
Príncipes e princesas que já não se tornam em reis e rainhas, mas sim em meros artistas sem jeito ou fantasia.
Cada ser humano acredita, mesmo que não se aperceba em algo repleto de magia e mundos imaginários. Mundos esses onde se encontram no auge da sua felicidade extrema de vida que sempre sonhou ter e, que em principio, as pessoas que gosta e ama estão ao seu lado e, quem odeia, está a passar um mau bocado.
Vidas de príncipes e princesas, com desejo que tudo volte a ser encantado, happy, fantasiados, mágicos, tal como o mundo nos permitia ver em pequenos.
Vida plena e imprópria para consumo, no meio de tanta loucura e confusão constante no pensamento de cada um.
Pedacinho de mim e de ti. Animal incomum e sentimental. Olhar vazio mas com brilho glorioso bem escondido no olhar.
Príncipes e princesas que transformam tudo o que sempre quiseram e tiveram.

domingo, 11 de agosto de 2013

9# -Súbitas vontades...

Deu-me uma súbita vontade de voltar ao passado, de repetir todo o meu nono ano. Uma súbita saudade que me sufoca tanto!
OMD, como eu quero repetir todos esses momentos que já passei…
Revi foto e mais foto e, realmente amava que houvesse um botão que me mandasse ao passado e me deixasse viver ou pelo menos ver a modo lento cada dia que passei.
Quero tanto voltar àqueles tempos em que estava sempre com o 9ºA na rampa, em que me perdia em sorrisos, olhares e tantas brincadeiras com cada um deles.
 Repetir cada momento com a minha turma, em que tudo era verdadeiro. Em que cada momento era especial e fazia tudo valer a pena. Cada brincadeira ou palavra séria. Cada olhar, palavra, gesto. Foi tudo tão especial com eles!
Cada risada com os amigos, em que nada do que me fazia rir tinha sentido. Em que por mais estúpido que fosse, ríamos que nem uns retardados que aproveitavam bem os momentos. Cada sentido de perceber o que passávamos todos em conjunto.
Cada olhar ciumento, sincero, feliz e verdadeiro que passei com o Nuno. Cada momento e palavra que troquei com ele eram e ainda são importantes. Porque sempre foi o meu menino e eu não dei a devida atenção logo desde o início, e nem sequer tentei que o nosso início fosse diferente.
Oh Deus, como quero tanto isso tudo de volta para mim, para me pôr de novo feliz! Feliz à minha maneira, como eu era naqueles tempos.
Não acredito que haja uma pessoa a queixar-se do que passamos no ano lectivo 2011/2012 em Pedome. Cada característica daquela escola que nos unia e tornava mais fortes. Que só depois de perdermos isso demos pela sua falta.
Nem sei como consigo viver sem cada momento que passava diariamente lá. Cada canto e recanto que nos completava a mente e nos fazia querer mais e mais.
Saudade de tudo. Súbita e louca saudade. Eterna saudade.
Ana Coelho, 17-01-1997*

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

8# - Príncipe encantado *

Era só mais um dia em que o ia visitar, olhar, escutar… Isso pensava eu enquanto caminhava mais uma vez até ao seu encontro.
Parecia estar tudo super normal, as pessoas na rua com as suas preocupações e distracções, mandando um olharzinho ou outro ao verem-me caminhar a passo largo pela estrada, um carro a mais velocidade do que devia. Também já estava a escurecer, quase noitinha mesmo.
“Tenho a sensação que me esqueci de algo…”, pensava enquanto caminhava com os fones nos ouvidos. Abri a mochila, lenços, telemóvel, chicletes para refrescar o hálito da menina apressada, preservativos, vibrador… Estou só a brincar! Esquecendo as últimas duas coisinhas que disse e continuando, carteira, bilhete para entrar no parque… Enfim, acho que tinha tudo na mochila.
Dei por mim já perto do parque, repleto de gente mais velha e pequenos grupos de crianças bonitas, ou melhor, adolescentes. Um sorrisinho aqui, outro ali, era só gente conhecida. Mas não ia estar a cumprimentar aquelas pessoas todas, já me tinha atrasado que chegue a arranjar o cabelo. Sim, porque ele vai para dezassete diferentes direcções e deu um trabalhão para o pôr perfeito como está.
Na roda da Nina já conseguia ver o meu grupo de amigos a acenar e a rir, provavelmente alguém tinha dito asneira, só para não variar. Aquelas coisas lindas saltaram-me em cima e saíram-me um montão de palavrões boca fora por causa de me estarem a despentear. Eles punham-me em atrito completo, mas amava-os com tudo o que tinha. Eram os meus melhores amigos.
Como sempre ele ficou à beira dos amiguinhos mais próximos dele, porque não gosta de muita confusão. Depois de me recompor, cumprimentei as meninas todas e fui aos meninos. Entrei em transe quando lhe ia a dar dois beijinhos e levei uma palmada no rabo de alguém. Dei um sorrisinho leve, corando um pouco e lá dei os tais beijinhos, super demorados. Eu sabia que ele adorava aqueles, e nenhuma outra rapariga do grupo se atrevia a fazer o mesmo nele, pelo menos à minha frente.
Levantamo-nos e fomos para a beira do palco, o concerto estava mesmo a começar e nós ainda nem lá estávamos. A nossa sorte é que tínhamos amigos que trabalhavam na organização daquilo e nos puseram mesmo na linha da frente. Sorte a nossa.
Estavam todos felizes e contentes das suas vidinhas, a cantar super alto, quando me lembrei do que me tinha esquecido. Hoje era um dia muito importante, no final do concerto ele ia falar comigo e eu ia-lhe dar um envelope com um textinho feito por mim e uma fotografia nossa. Mas ao que parece vou ter de me lembrar do que lá dizia e dizer-lhe cara a cara. Deu-me a breca só de pensar nisso.
Ele estava tão lindo! Uma camisa de manga curta, azul esverdeado, calças simples, nada de ganga ou isso e umas vans da mesma cor que a camisa. Com o cabelo ele já não podia fazer nada, eu tinha-lhe rapado à meia semana a pedido dele. E devo dizer que só o torna mais gato. Digamos que camisa e rapazes carecas ou cabelo curto faziam muito o meu género.
Olhei-o discretamente e vi que me olhava. Toda a gente aos gritos e saltos, e nós dois ali, parados no meio da multidão absorvida pela música. Comecei-me a aproximar dele e ele fez o mesmo na minha direcção. As mãos dele foram parar à minha cintura e os meus braços enrolaram-se no seu pescoço. Estávamos a dançar agarrados, como se a música fosse lenta, mas era exactamente o contrário, música bastante agitada.
Dei por mim perdida no seu olhar calmo, com ambas as respirações agitadas e pelo menos o meu coraçãozinho estava a dar cambalhotas, a fazer o pino e montes de piruetas. Estava completamente em transe naquele rapaz.
O meu rosto foi parar ao seu pescoço e respirei fortemente o seu perfume que me deixava louca. Lembrei-me de cada momento que tive com ele. Na minha cabeça passava tudo à velocidade da luz, deixando escapar um sorriso.
Ele pegou no meu queixo com a mão e pô-lo mesmo em frente ao dele, sendo ele mais alto uns meros centímetros que eu. O que estava a acontecer? Afinal era agora que o ia beijar? Ainda me estava a preparar mentalmente para isso acontecer, mas só depois do concerto. Que raios, perdi-me.
Quando dei por ela já o estava a beijar, de uma forma tão doce e ternurenta, de forma que nunca nenhum outro rapaz me soube beijar. Também, ele era, é e sempre vai ser especial e diferente de todos os outros rapazes. Ele já fazia parte de mim, mesmo não estando sempre comigo. E de certa forma, ele sempre foi o meu melhor amigo. Tantas foram as vezes que lhe ligava só para fazer companhia na beira da estrada em frente à minha casa, ou de tantas outras em que ele estava mal por causa de problemas com o irmão ou raparigas. E de todas essas vezes, era ele que me limpava primeiro as lágrimas, pois eu chorava só de ouvir o que ele me contava.
Ele é perfeito à sua maneira, faz-me rir sem motivo, chorar de felicidade. E eu? Eu trato-o como um verdadeiro príncipe, príncipe que gosta dos meus beijinhos demorados na bochecha, das vezes que lhe passo a mão pela careca ou curtos cabelos, das vezes em que combino uma saída a dois ou o roubo do grupo só para lhe dar um abracinho.
E neste momento estava a beijar o meu príncipe, que se separou levemente de mim e me pediu em namoro. As palavras bonitas iriam ficar para depois, porque lhe sussurrei um “sim” meigo ao ouvido, dando-lhe um abraço e mais um beijo. Um beijo demorado, o nosso primeiro beijo enquanto namorados.
Ele é o meu príncipe, o meu príncipe encantado.
Ana Coelho, 17-01-1997*

terça-feira, 21 de maio de 2013

7# - Revolta ....


Estou passada com tudo isto. Revolta insignificante. Loucura inconstante, vida de falsidade, vida de verdadeiro horror e mágoa.
Às vezes não precisas de fazer a coisa correta, concretamente, fazes bem em agir mal, loucura total.
Pergunto-me porque achas que tudo está bem? Isto é, deves achar que realmente tudo está bem, normal. Mas não é bem assim. Nem todos estão felizes e contentes aos pulos, nem todos têm o que querem e o que precisam.
Revolta. Revolta inconstante com tudo e com todos. Há que acordar para a vida, trazer tudo de volta, tal como era dantes, sempre simples e bastava sorrir que tudo passava.
Mas agora não é como antes e já te consegues aperceber em que mundo vives e, mesmo sendo ingénuo, consegues perceber que tipo de pessoas te rodeiam e como realmente tudo é.
Olha-te ao espelho. Vá, força nisso! Que mudanças consegues ver? Já não és tão pequeno, nem tão deslocado. Agora estás grande, pele mudada, corpo desenvolvido. Mas, e a tua mentalidade e os teus olhos? Continua igual a antes, pois ainda não te apercebes do que realmente importa.
Cresce um pouco, pensa e olha com mais atenção ao que te rodeia.
A vida é um mistério à espera de ser desvendado pelos não-misericordiosos, pelos realmente activos e interessados.
Revolta-te tal como eu estou, a sério, vale a pena. Vive descobrindo mistérios revoltantes.

                                        Ana Coelho, 17-01-1997 * 

6# - triste ;$


Aposto que nunca te sentiste assim. Assim capaz de acabar com a tua vida num segundo. Capaz de esquecer tudo o que te rodeia e pôr fim à tua vida. Pôr fim a uma vida de merda. Uma vida que não desejas a ninguém.
Aposto que nunca te odiaste tanto ao ponto de desejares atirar-te abaixo de alguma coisa e morreres. Ao ponto de te cortares. Ao ponto de pensares em mil e uma formas de acabares com a tua vida. É tão fácil fazê-lo. Porque não tentar?
Aposto que nunca sentiste um vazio dentro de ti. Uma força que não te prende a este lado. Um impulso para fazer o oposto do que todos esperam de ti e esquecer todos os que pensam que gostam de ti. Porque realmente pensas que ainda há alguém que gosta de ti, que te curte e que se importa contigo.
Aposto que nunca ficaste mal só por estares na presença de alguém. Que nunca deixaste cair uma lágrima sequer só por uma pessoa te ter falado mal.
Mas eu estou nessa situação. Situação essa que me faz querer desistir de tudo o que conheço e aprendi até agora. Situação que não me faz querer viver. Longe disso.
Sempre que essa pessoa fala comigo faz com que sinta que eu não presto. Que nem sequer mereço respirar o mesmo ar que essa pessoa.
Essa horrível pessoa deita-me constantemente abaixo, mesmo estando poucas vezes comigo. Simples palavras magoam-me mesmo. Fazem-me querer chorar. Um choro que ninguém vê. E ninguém vê porque ninguém se importa realmente comigo. Ninguém me quer ver feliz. A soltar um breve sorriso ou uma breve gargalhada.
Ninguém vê, sente, pensa ou sequer sabe como me sinto e pelo que passo todos os dias. É uma luta constante contra tudo e contra todos. E sinceramente não sei se aguento tudo isto por mais algum pouco tempo que seja.
Quero desaparecer daqui. Apetece-me afogar-me em choro. Deitar-me abaixo de uma ponte, prédio. Cortar as veias e fazer com que não resista à dor impulsionante no meu corpo.
Odeio-me tanto. Odeio-me por ser tão fraca. Tão horrível. Odeio-me por não conseguir suportar ofensas daquela pessoa.
Vale a pena esperar que tudo isto passe? Não.
E tu nunca vais compreender todas estas minhas dificuldades e fraquezas. Porque tens quem goste e se preocupe contigo. Tens quem fuja contigo quando estás a precisar. Que faça todo o tipo de loucuras por ti e contigo.
Mas eu não. Não tenho ninguém que me puxe pelo braço e diga para fugirmos. Que diga que tenho valor, importância na sua vida. Que me abrace quando estou triste. E que me diga que não há ninguém como eu.
É doloroso sentir tudo isto. Ver que no fim não há uma única pessoa que não me deixe desistir. Que não me deixe chorar, levantando-me o queixo. Ou sequer limpando os pulsos quando já desabei mais uma vez.
Desisto. Desisto de tudo. Não dá para aguentar. Não aguento porque sou diferente. Porque simplesmente não dá para continuar forte e bem como toda a gente.
Vou desabar e desabar. Uma e outra vez. Até que chegue o momento em que não tenha mais forças para fingir que estou bem. Que cometa mesmo uma grande loucura.
Boa sorte para ti, que ainda estás vivo/a e não te escondes e amoleces à beira da pessoa que não te deita abaixo e de todas as outras pessoas e situações.
De alguma forma amo-te, e por isso sou estranha.

                                        Ana Coelho, 17-01-1997 *

domingo, 5 de maio de 2013

5# - diferentes perspectivas


Como tudo é diferente ao olhar em redor. Tudo parece fora do sítio, fora de contexto, e só a natureza se destaca aos meus olhos, uma visão linda. Os verdes trocam-me as ideias, e o azul do céu está tapado por tons cinzentos das nuvens. Do meu lado direito vejo campos cheios de flores amarelas e roxas, e que vontade de ir lá para o meio e fotografar tudo o que lá se encontra, e imaginar lá pessoas, comigo a guardar cada momento desse tempo.
Ainda estou à espera que algo mude o meu dia, alguma boa novidade que me faça rir sem motivo, um vicio que ainda me fascina, tal como ler. Loucura inconstante, apetece-me ler e escrever sobre fantasias sonhadoras. E se tudo o que imagino se tornasse realidade? Qualquer um ficava parvo se isso acontecesse. Não por ser mau, não!, mas por causa da estupidez avantajada.
Eu acredito que tudo se torna possível quando pensamos nisso com muita força, porque isso já aconteceu comigo mil e uma vezes.
Não estou habituada a desprazeres, e isso custa uma pérola no pensamento, uma que parte com facilidade imediata.
Amo o meu coração por aguentar estas coisas todas. Se não aguentasse tinha desesperado, de forma triste e perdida.
Esquecendo tudo isto, estou bem melancólica! Vou viver um pouco mais desta vida comum, porque a parte divertida ainda me vai surpreender hoje.
Boa sorte para ti também!

                                        Ana Coelho, 17-01-1997 * 

4# - *o meu menino*


Ele é lindo, ele é perfeito, ele é e sempre será o meu menino *o*
Abdicar dele? Sabes, não mesmo. Porque ele é o meu orgulho, e está sempre a fazer-me rir.
Ele sabe quando estou mal e sei que posso contar sempre com ele, e vice-versa.
Rimos que nem uns tolos quando estamos juntos, e a maior parte das vezes estamos a falar ‘mal’ um com o outro. Mas é uma amizade verdadeira, amizade de ouro, e nunca nos chateamos, são sempre brincadeiras bobas, sem significado. É com essas brincadeiras, zangas e palavras meigas que a nossa amizade se constrói. Foi a partir de ‘bitaites’ que nos conhecemos, que ficamos assim tão próximos.
Ele é a minha felicidade, saudade e tristeza ao mesmo tempo. Ele é parte de mim. É parte que me faltava para não ir abaixo, porque sei que posso falar de tudo com ele sem ser criticada, apenas gozada e depois mimada com palavras lindas, que me fazem rir que nem uma tonta.
É uma amizade que vai durar para sempre, porque sei que ele nunca me vai deixar ficar mal, vai estar sempre lá para fazer e dizer barbaridades comigo.
Ele é tão tonto. Sabe mandar mensagem quando preciso, e quando necessário mandar apenas ‘fuder’. Mas não o censuro, porque às vezes é mesmo isso que preciso de ouvir.
Penso que gostarias de o conhecer, é tao fofo, e chama-me nomes mesmo feios. Mas gosto tanto dele assim, como amigo.
É tão pateta, mas é ‘bom’, em todos os sentidos, e isso vale por mil. Um dia vais conhecer este miúdo.
O meu menino*o*
de alguma forma amo-te, e por isso sou estranha.
                                        Ana Coelho, 17-01-1997 *