quarta-feira, 29 de outubro de 2014

21# - doença metafórica *

Há algo, algo que tenho andado a sentir à algum tempo que não conseguia de forma alguma explicar, até agora.
Não há como manter as coisas iguais, com os mesmos sentimentos e alegrias que estamos a sentir em determinado momento de pura excitação e histerismo que não conseguimos conter, simplesmente é impossível parar o tempo, continuar a viver em modo lento ou até repetir isso infinitamente. Life is sucks! Fui explicita o suficiente?
Ainda nem sequer toquei no ponto-chave e já estou a hiperventilar, socorro.
Há mais para além da vida, todos sabemos que sim, porque não se trata apenas de vivermos a nossa vida e não querermos saber dos outros, ai é, nós temos de saber de nós e dos vizinhos, para esta imensa continuidade de acontecimentos inesperados continuar e até de certa forma ser irrelevante.
Mas eu agora sim entendo várias coisas que me faziam remoer por dentro, várias vezes e de várias formas, tanto possíveis como imaginárias. Eu sinto-me como se tivesse um cancro, uma doença terminal qualquer que aos poucos vai acabando comigo, de uma forma lenta e irrevogável, parecendo até que não tem fim, quando no fundo o problema é esse, ter um fim. Tudo o que conheço vai desaparecer, todas as pessoas que lutei para ter ao meu lado vão deixar de o estar, e isso dói, porque é uma completa loucura. Saber que vou acabar sozinha é insuportável, saber que ninguém vai aguentar a minha “doença”, continuar ao meu lado sob todas as coisas, a roubar-me sorrisos ou ternos abraços.
“Tu irás sempre pagar pelo aquilo que fizeste”. Não há retorno, isso vai acontecer, ou melhor está a acontecer.
Mas tudo valeu a pena, se aconteceu é porque tinha de acontecer, e quem sou eu para contrariar algo tão forte como o destino? Se o fiz é porque tinha de o fazer, e pelo menos nesse momento era o que queria fazer, por isso sem arrependimentos, seguir em frente, sempre.
Há mais que isso, há mais que lutar do que por uma mera sobrevivência, há que sobreviver por uma vida, sendo alguém único e especial, tal como se nasceu, cresceu e na pessoa (boa ou má) que se tornou.
Não é esta “doença” que vai acabar comigo (de certa forma até é), porque eu nem tenho nenhuma doença (felizmente), isso é uma metáfora, mas é como se tivesse.
Todos temos algo a que nos queremos apoiar, ser aquela pessoa forte e genuína que sempre quisemos ser e ter alguém assim do nosso lado, em todos os momentos, mas não é fácil e nunca o vai ser.
Mas então, foi um privilégio, não foi? Ter em certo momento ou fase da tua vida aquelas pessoas contigo, estar puramente excitados e histéricos de tanta felicidade junta?
Vai em frente, deixa essa “doença” que metaforicamente mata cada um de nós aos poucos, de uma forma tão horrenda nos vai corroer sempre por dentro, de uma forma ou de outra.
Sê tu, forte e genuíno, luta sempre por ti e por manter os teus do teu lado, porque ninguém consegue viver ou sobreviver a tudo só e unicamente consigo próprio.
Agora sim, depois de tanta confusão, espero ter sido explicita o suficiente, ou então não, porque são precisos vinte dicionários e sei lá mais o quê para de alguma forma me entenderem e entender a conclusão destas palavras, desta vida.

Ana Coelho.

20# - 22.julho.2014 - melhores amigos *

Já pensei tantas vezes em escrever este texto, de mil e uma formas diferentes, mas tive sempre aquele medo de escrever demasiado mal ou escrever menos do que devia… Mas não interessa, tudo o que eu escrever agora vai ser o que estou a sentir e pensar neste momento, e sei que é o que realmente importa. Bom ou mau, cá vai…
Nunca soube o que é amar tanto alguém vos amo a vocês os dois, disso podem ter a certeza, podem ter como garantido que o que sinto nunca vai mudar, só vai crescer e ficar mais completo, porque não vai de alguma forma desaparecer, não vai ser algo fútil ou estúpido que nos vai separar, porque eu já não me consigo separar assim tao facilmente de alguém cuja minha vida literalmente depende!
Já passei por muita coisa, tanta mesmo e do vosso jeito vocês também, eu sei , sei disso tudo muito bem. Não interessa a nossa idade ou mentalidade, simplesmente aconteceu e tivemos que crescer com isso involuntariamente.
Rita, pata, pega. Conhecemo-nos à quanto tempo? Mais de onze anos, certo? Crescemos juntas e tornámo-nos quem somos hoje graças ao tanto que vivemos juntas e de certa forma às nossas histórias de vida comuns. Juntas superamos tudo o que foi preciso e o que ainda está para vir. Não vai ser fácil, nunca foi, mas a nossa união conseguiu fazer com que pelo menos um pouco de tudo ficasse mais fácil, juntas conseguimos sempre.
Daniel, ping, bicho. E nós? Conhecemo-nos no sétimo ano, então cinco anos, acertei? Só a partir do nono ano é que nos conhecemos melhor, e falo por mim, sempre vi que eras alguém que seria um bom amigo, que poderia acompanhar qualquer pessoa e mostrar-lhe o quão grande se pode ser com coisas pequenas ou simples (tu também Rita), tornaste-te alguém que nunca esperei vir ter do meu lado.
Foram diferentes começos de amizade, é verdade, mas tornámos esta amizade gigantesca, quando foi realmente preciso foi quando vocês se fizeram notar na minha vida, vocês foram a diferença  que tanto procurei e só agora reparei que tive do meu lado. Vocês ajudaram-me a ser parte de quem sou hoje, devo-vos tanto por isso. Por mais que seja idiota, ingénua, por mais que seja fraca e vá abaixo com facilidade em tantos momentos, vos trate mal ou demasiado bem, eu sei que haverá sempre futuro connosco.
Mas não tenho nada por garantido, sei olhar para a frente e há que lutar para amizades verdadeiras, tal como a nossa sempre foi e será, confio totalmente em vocês, mas às vezes não sei se deva, tenho medo que venha algo do nada que nos possa separar, algo que me tire os meus apoios, que me seguram e puxam sempre para cima. Sou rodeada de incertezas e medos, e tenho um medo desesperante que vocês não façam parte do meu futuro, da minha vida. Mas acredito em nós, acredito plenamente e isso é o suficiente para continuar a seguir o meu caminho, por mais que seja difícil, sempre do vosso lado.
Convosco percebi que há diferentes tipos de amizade e amor. Porque sei que não conseguiria afastar-me do nada, não conseguiria deixar de me importar e de querer fazer parte de cada minuto da vossa vida, seja a sorrir ou a chorar, mas sempre partilhado entre nós.
Isto ultrapassa todas aquelas barreiras da amizade, não há forma de vos ver como simples amigos, isso já foi ultrapassado à muito mesmo. Eu vejo-vos como mais que amigos, mais que irmãos e não sei definir tudo o que sinto, é tão complexo e extraordinário!
A única coisa que sei é que só de estar na vossa presença me sinto tão completa, sempre tão feliz e rodeada de carinho, mesmo que não o demonstre, mas amo-vos com tudo o que tenho, quero que dure para além do “para sempre”, mas não sei quão grande pode ser o nosso “para sempre”, espero que seja grande o suficiente para durar a vida toda.
Sinceramente não sei como acabar este ‘textinho’, porque teria muitas mais coisas bonitas para dizer e histórias para contar. Mas as histórias, essas eu prefiro guardar só para mim ou revivê-las mais uma vez convosco. Então esta é só mais uma história sem fim, que até agora sempre foi feliz.
Hoje e sempre, vou estar sempre aqui para vocês. Vale sempre a pena relembrar, amo-vos com tudo o que tenho e ainda vos vou dar e mostrar!
P.s. Ping, eu disse-te que ia parecer uma declaração, não disse? Mas olha…é mesmo uma!

Ana Coelho.