terça-feira, 12 de janeiro de 2016

#32 - azar do caraças.

A preguiça era maior que a vontade. Estava num daqueles dias em que sentia que se saísse da cama só iria fazer asneira, que iria ser um dia para deitar fora completamente.
A cama estava quentinha, tal como a casa, que havia sido aquecida toda a noite pela lareira, que insistia em manter o fogo aceso, ate ao último pedaço de madeira completamente queimado e desfeito em cinzas.
Uma música de fundo começou a soar, não muito longe dos meus ouvidos, e mesmo sem abrir os olhos atendi, com a voz mais ensonada e rouca de sempre.
-Olá. -tao simples.
-Não vens trabalhar? -voz dura do outro lado da linha.
-Não. -ronronei. -Não me estou a sentir bem. -falei, e era verdade. Sentia-o no fundo do estomago e preso aos ombros.
-Ok, escusas de aparecer ca outra vez então, adeus.
Foi assim que tive a certeza que os meus motivos para ter ficado em casa vieram até mim de forma inesperada. Cai no sono novamente.
Eram 5 da tarde quando voltei a acordar. A minha barriga roncava imenso e soube que tinha de ir à pastelaria do prédio comprar algo para comer. Vesti uma sweat cinza e leggins pretas. Soltei o cabelo e la fui, escada abaixo, quase de nariz ao chão, mas fui e cheguei viva.
La estava a Dona Emília da pastelaria, sempre cheia de trabalho, com a pastelaria cheia e só uma miúda na cozinha a ajuda-la.
-Uma baguete e bolo de chocolate por favor. Ah, e um batido de laranja, obrigada.
Com o pedido na mão, la ia eu sentar-me quando Ele veio contra mim. Voou tudo, ate a minha mão contra a cara dele.
Nesse dia conheci o meu maior sonho e pesadelo, e tornei-me funcionária daquela pastelaria, para o ver desfilar todos os dias, já que morávamos no mesmo prédio.
Pior dia de sempre, muito obrigada!

#31 - sweet 18.

Sweet 18.
Estes 365 dias estão a chegar ao fim. Como pude ser tao imprudente este ano? Como pude não aproveitar e ir para a farra todas as semanas e não aproveitar a maioridade propriamente dita?
Porque é para isso que os 18 anos servem, não é? Para sair de casa, fazer asneira e abrir a pestana. Passou tao rápido e ao mesmo tempo foi tao lento. Devia ter aproveitado mais enquanto podia, devia ler lutado mais por mim mesma, como sempre sonhei fazer.
Em breve os 19 irão chegar, e com isso a brincadeira passara a ser outra. Outra rajada mais forte e intensa de emoções. Pode ser que seja desta que vá morar sozinha, ou então que seja um ano grato de trabalho, para poder comprar/ter, aqueles 3 desejos pelos quais tanto anseio.
Os 18 já la for e é altura de abrir um novo capítulo da minha vida, como se quer e se pode. Quem sabe um fia me torne adulta e queira o mundo só para mim. Por enquanto vivo no meu mundo, frágil e sensível, duro e frio, forte e poderoso, com todas as coisas boas e mas a que tenho direito.
Goodbye sweet 18. Bota abaixo sweet 19, siga que para a frente é que é caminho!

#30 - about 2015.

Há quem diga que o tempo cura tudo. Há quem ache que a vida é para ser vivida com dignidade e gosto pelos suspiros mais simples. E têm razão.
2015 foi um ano muito comprido, passaram-se tantas coisas, boas e mas, como é de esperar. Foi um ano de emoções e reviravoltas, tudo e mais alguma coisa aconteceu, da forma que menos esperava.
Pode-se dizer que cresci, de uma forma que não sabia ser possível e também que as coisas ficaram tao claras, mas só quando a força apareceu e mandou tudo abaixo, de forma tao brutal e explosiva.
Abri os olhos em relação a tanta coisa.
Soube quem estava do meu lado, como sempre esteve e sei que irão ficar para todo o sempre, e quem, por mais que estivesse próximo de mim e me acompanhou todos os dias, ficou para trás, ficou para 2015 e sei que não há ponto de retorno. Se calhar não eram assim tao importantes quanto isso. E se calhar irão ficar gravados na minha mente, só porque o destino assim o traçou.
Tudo o que aconteceu tornou-me mais forte, mas ao mesmo tempo mais fria, egoísta e sem paciência para futilidades. As pessoas são tão fúteis e falsas. Alguém que as mate.
Aprendi que o amor aparece quando menos se espera e que quando reciproco, o mundo torna-se melhor e mais belo, quando construído, por duas matérias tao diferentes, mas tao fortes que o destino teve de unir, ou pelo menos por na mesma linha temporal. E se não durar, que se dane, ao menos foi bom, tao forte e trouxe-nos tanta coisa nova, emoções, sentimentos e mudou-nos para melhor. Eu acho.
Neste momento consigo ver tudo, tudo o que se passa a minha volta, de forma tao clara. Quero tanto que 2016 seja um ano forte, daqueles que mais tarde vamos recordar e recordar pela eternidade, tal como foi o meu nono ano (2011/2012) e que juntou pessoas ate agora, o meu pequeno, mas verdadeiro grupo.
2015. Sweet 2015. Obrigada por tudo. Desculpa por todas as minhas asneiras e erros, mas teve de ser. É com estas falhas que se aprende e cresce. E eu continuo a mesma de sempre.