segunda-feira, 12 de junho de 2017

#42 - novas emoções



Acordei com um frio na barriga. Ja nao acordava assim à muito, muito tempo mesmo. O que raio se ia passar hoje?
Estava relativamente calor, decidi que hoje iria de vestido para a escola. Cabelo meio preso em trança, meio solto a frente. A bolsa ja havia preparado no dia anterior e sei que a maior parte dos livros estavam no cacifo, tal como a capa, que usava para caderno de tudo. Simples, mas bem, la fui eu.
Cheguei relativamente cedo. Fui buscar o necessário para a primeira aula da manha. A Jess veio e assustou-me, dando-me uma palmadinha nas costas.
"Bom dia jeitosa", dois beijinhos e fomos fazendo atualizações sobre o fim de semana. Mais uma saída dela e mais um dia meu por casa. Nada de grandes novidades.
Fomos andando para a aula de Português Aplicado. Adorava aquela aula, daí ser sempre das primeiras a chegar ao meu lugar, num dos cantos do auditório D4. Jess ficou mais la a frente, para apontar tudo, como sempre, gaja aplicada.
"Bom dia gente, como foi o vosso fim de semana?", o professor Colin perguntou amigavelmente.
"Otimo, pena que ja acabou", o pessoal ia dizendo.
A aula estava quase a acabar quando recebi um bilhete que me foram passando, so com a inicial "P" no cantinho do bilhete. "Na hora de almoço vem ter comigo ao bloco de mecânica, anda sozinha. A preposito, estás linda hoje.". Ao início ate pensei que fosse do Nate, o meu namorado, mas temos andado com uns arrufos de treta e alem disso, era um P, que podia ser o Peter ou do Pattinson, nao sei de qual deles seria, ja que estavam ambos na sala, relativamente perto um do outro.
A minha curiosidade levou a sua avante, e depoia de Português B, Linguas Estrangeiras e Vpn, la fui eu.
Dei um pequeno beijo à Jess e disse-lhe que em breve a encontraria no bar para almoçar.
Andei apressada ate aos mecânicos. So rapazolas curiosos a ver o que eu andava a fazer por aqueles lados. "Ola", "Boa tarde", fui dizendo, procurando um deles, curiosissima por ver quem mandou o bilhete.
Fui puxada para um canto, longe da vista de quem andava por ali, ainda sem ver quem me tinha agarrado.
"Estava a ver que nao vinhas princesa", aquela voz rouca soou por detras dos meus cabelos.
"Ai Tom (Pattisson), que susto!", encostei a mao ao peito pelo susto "Nao sabia se eras tu ou o Peter! Que precisas, para teres feito tanto suspense e ter de vir para este bloco?", perguntei, afastando-me dele, vendo finalmente a sua cara. E que lindos olhos tinha ele.
"Nao te afastes", pediu segurando a minha mao, "Tenho algo para te dizer, ou melhor, mostrar", o sei sorriso no canto da boca apareceu. Puxou-me para ele e agarrou-me mais, dando-me um abraço. A sua boca juntou-se ao meu ouvido e enquanto uma das suas maos pousou sob a minha anca, a outra desceu para o meu rabo, e por mais que soubesse que estava errado, nao me consegui mover.
"Céus, quero-te dizer isto a tanto tempo", a sua respiração apressada, o seu aperto mais forte "Amo-te Ana, tanto que nao consegues imaginar, à muito tempo. Quero-te tanto, quero-te fuder", as suas palavras fortes e rudes atingiram-me.
Agora sabia o porquê do friozinho de manhã quando acordei. Estava a prever qualquer coisa, e era ele.
"Tom", suspirei, "Pára com isso, eu tenho namorado", consegui resmungar.
"E onde anda ele agora?", o seu tom de chateado. Ele sabia que eu e o Nate andavamos um pouco distantes ultimamente. "Chega aqui", puxou o meu queixo na sua direção e encostou os seus lábios aos meus.
O que raio estava eu a fazer?
Beijou-me com mais força, a sua mao desceu o suficiente para tocar na pele do meu rabo, apertando-o, sem que fosse claro para os outros que tinha la a mao, e eu simplesmente deixei. Retribui o beijo e sem que me apercebesse estava a movimentar-me sobre ele, e ele sobre mim, com um desejo que nao sabia que existia.
Barulho. Alguma das máquinas dos mecânicos estava a mexer-se por perto e tive de o empurrar para que me largasse por fim.
"Chega aqui", pediu novamente, "Isto ainda nao acabou. Logo, depois das tuas aulas terem acabado, vou-te levar a sair e nao aceito um nao como resposta.", sorriu encostando a sua testa a minha,"Ah, nao te esqueças, amo-te!", a sua voz e aquela palavra de novo. Dei uma cabalhota mental sob mim mesma.
Sorri e andei a passo rápido. Olhares confusos. "Vê la o que fazes, ou afastas um ou outro", um dos rapazes que me vira chegar pediu e assenti.
Continuei rapido, indo para o bar a velocidade da luz, vendo que tinha apenas 10minutos para comer algo e vendo o meu tlmvl, cheio de msgs, tanto da Jesse como 3 do Nate. Estava lixada e nao sabia que desculpa dar a ambos...
"Desculpem, perdi-me no tempo na biblioteca!", um beijo na testa a ambos.
"Que foste la fazer? ", o Nate desconfiado perguntou.
"Buscar um livro, para uma aula, mas perdi-me, como sempre!", encolhi os ombros.
"Qual é o livro?", voltou a atacar.
"Ahm, é..." tentei encontrar algo na mochila, quando o rapaz que falou comigo enquanto saia la do bloco, me aparece ao lado, com um livro qualquer, "Esqueceste-te do livro la!", um sorriso dele e um "obrigada" silencioso saiu dos meus labios, salvou-me. "É este Nate, qual o motivo dessa desconfiança?", resmunguei.
"Nada, desculpa amor.", tentou dar-me a mao mas afastei-o. "Tenho de ir para a aula, adeus", levantei-me, levando a Jess comigo e deixando-o sozinho para tras.
"O que foi isto?", ela perguntou curiosa.
"Nada, simplesmente nao estamos bem outra vez", encolhi novamente os ombros.
"Ha tantos rapazes por aí, se nao estas mais interessada deixa-o", riu-se olhando em volta, "Olha, por exemplo, tens ali o Pattinson que é muito giro e esta a olhar para ti a meia hora", apontou com um toque de cabeça na sua direção.
"Não quero pensar nisso por agora, deixa andar", terminei.
As aulas da tarde pareciam nunca mais ter fim.
Já so pensava no rapaz que me roubara uns beijos e mimos à umas horas atrás. Céus. O que estou prestes a fazer?
Quando estava prestes a sair universidade fora, um carro preto parou a minha frente. Com os vidros a abrir, vi-o de óculos de sol, com um sorriso virado para mim.
"Anda, vamos lanchar", ele falou e eu entrei.
A música tocava levemente, quando por fim paramos num parque, com uma pastelaria la pelo meio. Era ali que iamos falar. Ainda sobre o quê nao sabia.
Era super calmo, e falamos sobre muita coisa, menos sobre o que se tinha passado antes. Acabamos e ele insistiu para pagar. Agradeci e fomos passear pelo parque. Paramos numa zona ainda mais calma, nao estava la ninguem aquela hora. Pegou numa mantinha que tinha por cima da arvore e po-la na relva, dando para se encostar a mesma arvore.
"Podemos ficar aqui?", perguntou, ajudando-me a sentar.
"Claro", sorri e la ficamos.
O calor pareceu subir, e quase sem me aperceber, estava no seu colo, enqanto que me acariciava a face e mexia no cabelo.
"Estás a gostar?", perguntou olhando em volta.
"Talvez...", sorri, deixando-me levar pelo seu olhar.
Aproximou-se devagarinho e beijou-me, e eu deixei. Beijei-o de volta, enquanto as suas maos me rodeavam, ate que o senti crescer, por debaixo do vestido.
"Desculpa", afastei-me, vendo-o grande sob as calças de fato treino largas.
"Ja ando a ficar assim por ti a muito tempo princesa", disse, pondo-o de fora, enquanto as minhas maos desciam e lhe mexiam, cima, baixo. Foi rapido, mas caloroso e excitante. Estava ja por cima dele, ainda que sentados, e enquanto ele me ajudava nos movimentos, naquela rapidez, tornei-me dele, e ele meu. Tapou-me a boca e aconteceu. Nunca alguma vez tinha feito algo do genero em "público". Por fim, deitamo-nos lado a lado, ofegantes e falamos.
"O que sentiste?", perguntou, acariciando-me a coxa.
"Tudo", corei. "E nem sequer sei o que isso significa ca dentro", apontei para o coração.
"Achas que podiamos tentar? Sabes, namorar? Ahm, queres namorar comigo?", a sua voz trêmula, junto a meu pescoço.
Beijei-o, dando-lhe o sim.
O mundo por vezes é tao quadrado, mas com ele, nao queria mais nada, sentia tudo, sentia-me feliz. Se sentia tambem que era para durar ou nao? Nao sabia, conhecia-o a varios anos e nunca nos aproximamos assim tanto. Mas isto abriu-me os olhos. Neste momento, era com ele que queria estar, e se tinha de acabar com o Nate, assim o faria na manha seguinte.
Nao me posso obrigar a ser ou a sentir o que os outros querem, mas era assim que ia ficar por agora.
Envolvemo-nos mais uma vez, e com o passar do tempo, toda a gente aceitou. 3anos se passaram desde aquele momento, e por rebeldia ou calor do momento, tem resultado, e espero que resulte eternamente.