quinta-feira, 14 de setembro de 2017

#45

Estamos mais perto do fim do que alguma vez consigamos imaginar.
Sempre fez parte de nós, sempre soubemos que um dia teria de acontecer e não é por isso que deixamos de lutar pelo que realmente queremos, queremos ter ou vir a ser.
No meu caso sempre andou a atrás de mim, como um sussurro que sempre me disse que não iria ser mais que os outros, que chegaria muito mais cedo do que alguém poderia imaginar.
Nunca pude realmente dizer que em algum momento da minha vida estivesse bem ou feliz a 100%. Talvez esteja plenamente enganada, porque sei em que momentos fico realmente feliz, mas são tantos sentimentos misturados que nem sei se realmente atinjo a pura da loucura da felicidade. Devo dizer que sempre tive gente do meu lado (muito obrigada, vocês sabem quem são), mas eu sempre fui uma pessoa que se afasta demasiado, por medo de não merecer tamanho sorriso a transbordar pelo olhar, ao mesmo tempo feitio difícil e que isso fez com que fosse mais difícil ganhar mais amizades. Se não fosse por aqueles 3, provavelmente já teria ido à vida.
Já ando à muitos meses a tentar escrever este texto, a tentar deixar sentimentos virem ao de cima. E devo dizer que sempre foi horrivelmente difícil, mas finalmente ando a aceitar isto.
Gostava de fazer muitas coisas na vida: viajar, ter uma vida que me levaria a muitos acontecimentos incríveis, tantos quanto possíveis, para no fim rir feita parva por tudo o que fiz; sempre tive vontade de mais, de andar pelo desconhecido com desconhecidos, talvez ate casos de apenas 1 noite; penso em constituir família, ver putos a correr por todo o lado, e o meu amor por eles a aumentar a cada segundo. Mas, no fim desses pensamentos, a morte está sempre la, como um aviso, a sorrir para mim. E há tantas formas que me ocorrem...
Atropelamento. Acidente rodoviário provocado. Abaixo de uma ponte. Contra o rio, com peso para não me conseguir levantar. Comprimidos. Facas. Armas. Comboios. Demência. Depressão. Desaparecimento repentino.
São tantas as opções, tantos os motivos e as faltas de força ao mesmo tempo.
Quem depois de tanto tempo conseguiria sentir falta e seguir em frente? Sentir falta, provavelmente nem metade dos que imagino. Seguir em frente, absolutamente todos o fariam, de uma forma ou de outra...
Sei o quanto o meu pensamento vagueia sobre isto e sei também que não é sempre, mas mais naqueles momentos em que me sinto só e desamparada. O que, inevitavelmente, me acontece algumas vezes.
O amor é tão subestimado. Não é ser mimado ou carente, trata-se da quantidade que cada um precisa, da forma que todos se querem sentir vivos de alguma forma e, honestamente, eu preciso de me sentir viva mais vezes, porque me sinto a afundar mais vezes do que se pode considerar normal.
Então há que manter a mente ocupada. Mas nem sempre isso se torna possível..
"Never give up", "🌙" são só fases, "🕊" a liberdade chegará.
Mas até quando?
Sei que quando chegar ao fim hei-de deixar aqui ou algures umas palavrinhas de afecto. No entanto, não prometo que essas mesmas não vão magoar. Tudo o que peço é compreensão.