sexta-feira, 30 de agosto de 2013

10# - príncipes e princesas

Histórias de príncipes e princesas já não são mais iguais às de antigamente.
Um traço, um momento, uma personagem… Já nada é mais tão encantado e happy como antes.
“Porquê?”, Perguntas-te confuso. Porque as pessoas crescem, tornam-se algo qye não queriam e mudam o que os rodeia.
Príncipes e princesas que já não se tornam em reis e rainhas, mas sim em meros artistas sem jeito ou fantasia.
Cada ser humano acredita, mesmo que não se aperceba em algo repleto de magia e mundos imaginários. Mundos esses onde se encontram no auge da sua felicidade extrema de vida que sempre sonhou ter e, que em principio, as pessoas que gosta e ama estão ao seu lado e, quem odeia, está a passar um mau bocado.
Vidas de príncipes e princesas, com desejo que tudo volte a ser encantado, happy, fantasiados, mágicos, tal como o mundo nos permitia ver em pequenos.
Vida plena e imprópria para consumo, no meio de tanta loucura e confusão constante no pensamento de cada um.
Pedacinho de mim e de ti. Animal incomum e sentimental. Olhar vazio mas com brilho glorioso bem escondido no olhar.
Príncipes e princesas que transformam tudo o que sempre quiseram e tiveram.

domingo, 11 de agosto de 2013

9# -Súbitas vontades...

Deu-me uma súbita vontade de voltar ao passado, de repetir todo o meu nono ano. Uma súbita saudade que me sufoca tanto!
OMD, como eu quero repetir todos esses momentos que já passei…
Revi foto e mais foto e, realmente amava que houvesse um botão que me mandasse ao passado e me deixasse viver ou pelo menos ver a modo lento cada dia que passei.
Quero tanto voltar àqueles tempos em que estava sempre com o 9ºA na rampa, em que me perdia em sorrisos, olhares e tantas brincadeiras com cada um deles.
 Repetir cada momento com a minha turma, em que tudo era verdadeiro. Em que cada momento era especial e fazia tudo valer a pena. Cada brincadeira ou palavra séria. Cada olhar, palavra, gesto. Foi tudo tão especial com eles!
Cada risada com os amigos, em que nada do que me fazia rir tinha sentido. Em que por mais estúpido que fosse, ríamos que nem uns retardados que aproveitavam bem os momentos. Cada sentido de perceber o que passávamos todos em conjunto.
Cada olhar ciumento, sincero, feliz e verdadeiro que passei com o Nuno. Cada momento e palavra que troquei com ele eram e ainda são importantes. Porque sempre foi o meu menino e eu não dei a devida atenção logo desde o início, e nem sequer tentei que o nosso início fosse diferente.
Oh Deus, como quero tanto isso tudo de volta para mim, para me pôr de novo feliz! Feliz à minha maneira, como eu era naqueles tempos.
Não acredito que haja uma pessoa a queixar-se do que passamos no ano lectivo 2011/2012 em Pedome. Cada característica daquela escola que nos unia e tornava mais fortes. Que só depois de perdermos isso demos pela sua falta.
Nem sei como consigo viver sem cada momento que passava diariamente lá. Cada canto e recanto que nos completava a mente e nos fazia querer mais e mais.
Saudade de tudo. Súbita e louca saudade. Eterna saudade.
Ana Coelho, 17-01-1997*

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

8# - Príncipe encantado *

Era só mais um dia em que o ia visitar, olhar, escutar… Isso pensava eu enquanto caminhava mais uma vez até ao seu encontro.
Parecia estar tudo super normal, as pessoas na rua com as suas preocupações e distracções, mandando um olharzinho ou outro ao verem-me caminhar a passo largo pela estrada, um carro a mais velocidade do que devia. Também já estava a escurecer, quase noitinha mesmo.
“Tenho a sensação que me esqueci de algo…”, pensava enquanto caminhava com os fones nos ouvidos. Abri a mochila, lenços, telemóvel, chicletes para refrescar o hálito da menina apressada, preservativos, vibrador… Estou só a brincar! Esquecendo as últimas duas coisinhas que disse e continuando, carteira, bilhete para entrar no parque… Enfim, acho que tinha tudo na mochila.
Dei por mim já perto do parque, repleto de gente mais velha e pequenos grupos de crianças bonitas, ou melhor, adolescentes. Um sorrisinho aqui, outro ali, era só gente conhecida. Mas não ia estar a cumprimentar aquelas pessoas todas, já me tinha atrasado que chegue a arranjar o cabelo. Sim, porque ele vai para dezassete diferentes direcções e deu um trabalhão para o pôr perfeito como está.
Na roda da Nina já conseguia ver o meu grupo de amigos a acenar e a rir, provavelmente alguém tinha dito asneira, só para não variar. Aquelas coisas lindas saltaram-me em cima e saíram-me um montão de palavrões boca fora por causa de me estarem a despentear. Eles punham-me em atrito completo, mas amava-os com tudo o que tinha. Eram os meus melhores amigos.
Como sempre ele ficou à beira dos amiguinhos mais próximos dele, porque não gosta de muita confusão. Depois de me recompor, cumprimentei as meninas todas e fui aos meninos. Entrei em transe quando lhe ia a dar dois beijinhos e levei uma palmada no rabo de alguém. Dei um sorrisinho leve, corando um pouco e lá dei os tais beijinhos, super demorados. Eu sabia que ele adorava aqueles, e nenhuma outra rapariga do grupo se atrevia a fazer o mesmo nele, pelo menos à minha frente.
Levantamo-nos e fomos para a beira do palco, o concerto estava mesmo a começar e nós ainda nem lá estávamos. A nossa sorte é que tínhamos amigos que trabalhavam na organização daquilo e nos puseram mesmo na linha da frente. Sorte a nossa.
Estavam todos felizes e contentes das suas vidinhas, a cantar super alto, quando me lembrei do que me tinha esquecido. Hoje era um dia muito importante, no final do concerto ele ia falar comigo e eu ia-lhe dar um envelope com um textinho feito por mim e uma fotografia nossa. Mas ao que parece vou ter de me lembrar do que lá dizia e dizer-lhe cara a cara. Deu-me a breca só de pensar nisso.
Ele estava tão lindo! Uma camisa de manga curta, azul esverdeado, calças simples, nada de ganga ou isso e umas vans da mesma cor que a camisa. Com o cabelo ele já não podia fazer nada, eu tinha-lhe rapado à meia semana a pedido dele. E devo dizer que só o torna mais gato. Digamos que camisa e rapazes carecas ou cabelo curto faziam muito o meu género.
Olhei-o discretamente e vi que me olhava. Toda a gente aos gritos e saltos, e nós dois ali, parados no meio da multidão absorvida pela música. Comecei-me a aproximar dele e ele fez o mesmo na minha direcção. As mãos dele foram parar à minha cintura e os meus braços enrolaram-se no seu pescoço. Estávamos a dançar agarrados, como se a música fosse lenta, mas era exactamente o contrário, música bastante agitada.
Dei por mim perdida no seu olhar calmo, com ambas as respirações agitadas e pelo menos o meu coraçãozinho estava a dar cambalhotas, a fazer o pino e montes de piruetas. Estava completamente em transe naquele rapaz.
O meu rosto foi parar ao seu pescoço e respirei fortemente o seu perfume que me deixava louca. Lembrei-me de cada momento que tive com ele. Na minha cabeça passava tudo à velocidade da luz, deixando escapar um sorriso.
Ele pegou no meu queixo com a mão e pô-lo mesmo em frente ao dele, sendo ele mais alto uns meros centímetros que eu. O que estava a acontecer? Afinal era agora que o ia beijar? Ainda me estava a preparar mentalmente para isso acontecer, mas só depois do concerto. Que raios, perdi-me.
Quando dei por ela já o estava a beijar, de uma forma tão doce e ternurenta, de forma que nunca nenhum outro rapaz me soube beijar. Também, ele era, é e sempre vai ser especial e diferente de todos os outros rapazes. Ele já fazia parte de mim, mesmo não estando sempre comigo. E de certa forma, ele sempre foi o meu melhor amigo. Tantas foram as vezes que lhe ligava só para fazer companhia na beira da estrada em frente à minha casa, ou de tantas outras em que ele estava mal por causa de problemas com o irmão ou raparigas. E de todas essas vezes, era ele que me limpava primeiro as lágrimas, pois eu chorava só de ouvir o que ele me contava.
Ele é perfeito à sua maneira, faz-me rir sem motivo, chorar de felicidade. E eu? Eu trato-o como um verdadeiro príncipe, príncipe que gosta dos meus beijinhos demorados na bochecha, das vezes que lhe passo a mão pela careca ou curtos cabelos, das vezes em que combino uma saída a dois ou o roubo do grupo só para lhe dar um abracinho.
E neste momento estava a beijar o meu príncipe, que se separou levemente de mim e me pediu em namoro. As palavras bonitas iriam ficar para depois, porque lhe sussurrei um “sim” meigo ao ouvido, dando-lhe um abraço e mais um beijo. Um beijo demorado, o nosso primeiro beijo enquanto namorados.
Ele é o meu príncipe, o meu príncipe encantado.
Ana Coelho, 17-01-1997*