sábado, 25 de abril de 2015

#24 - É difícil de viver, quanto mais difícil de sobreviver.

É difícil de viver, quanto mais difícil de sobreviver.
Ando à procura de motivação, à procura de inspiração. Mas nada me surge, nada muda a forma como me venho sentido desde há uns tempos atrás. É tudo tão difícil e tudo tem doído tanto.
Respiro, inspiro, mas nada parece fazer sentido. Fase mais turbulenta, deve ser isso que estou a passar. Não me sinto encaixada no sítio onde estou, com as pessoas que me tenho havido cruzado. Não sei o que se passa realmente, é normal sentir estas coisas todas apenas com 18 anos?
Preciso de me sentir integrada, viva, amada. Mas será esta o sítio certo? Talvez deva fugir, talvez deva mudar de vila, cidade, ir até ao outro lado do país ou mesmo mudar de país, porque não sinto mesmo nada que este seja o meu mundo, o meu país.
Tenho pensado imenso na ida para Londres. Sei que não deve ter absolutamente nada haver comigo, mas talvez seja isso que preciso, afastar-me e recomeçar, tudo de novo.
Não sou perfeita, ninguém o é, mas estou em guerra comigo mesma, com as minhas atitudes, pensamentos e asneiras que continuo a fazer, todos os dias.
Se calhar preciso de mudar de rumo, fazer algo que me transtorne e me volte a fazer lutar pela vida, seja pela que eu conheço ou por outra nova. Sinto que uma parte de mim está desligada e ninguém a poderá ligar de novo. Quando será que me sentirei planamente bem outra vez?
Mas uma pessoa aguenta tudo, não é? Então eu também tenho de aguentar. Seja da forma mais fácil ou mais dolorosa, mas lá se vai aguentando, mesmo que doa para caramba e não saiba a quem recorrer, porque mesmo tendo várias pessoas do meu lado, pessoas que sei que são mesmo verdadeiras e estarão sempre do meu lado. Apenas não é fácil explicar tudo isto e ainda é mais difícil fazer com que essas pessoas percebam. Mesmo não havendo uma explicação racional para tudo isto.
Já mais do que uma vez se queixaram que eu só penso em mim, ou penso primeiro em mim e só depois nos outros. No entanto não é bem assim. Por mais que não o demonstre, e não da forma certa, eu preocupo-me primeiro com os outros e só depois comigo. Se calhar tenho de demonstrar mais a minha preocupação pelos outros, ou então preciso de fazer exatamente o contrário: pensar primeiro em mim e só depois nos outros. Mas depois sou orgulhosa ou raio que os parta. Eu também sou alguém e eu também preciso que me ponham em primeiro lugar, também preciso de atenção e que demonstrem atenção por mim.
Desiludir alguém nunca é bom, mas eu não consigo fazer as coisas como toda a gente quer, não se é forte todos os dias. Vazia por dentro, forte por fora. Olá eu. A vida é como uma montanha russa, às vezes sobes, às vezes desces.
Juro, tem sido tudo tão difícil ultimamente. Eu sou capaz, eu irei conseguir. Fodasse.
Por hoje estou aqui, viva e tudo mais, mas sei que não aguentarei até ao fim, com certeza alguém terá de me levantar, só não sei quem e como o fará, porque pelo que vejo agora isso é meio que impossível. Mas o impossível acontece.

Ana Coelho.

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