segunda-feira, 20 de abril de 2015

#23 - i'm alive?

O sangue pulsa quente dentro de mim, dentro das minhas entranhas, das minhas veias e fazendo com que os meus órgãos funcionem, à já 18 anos.
Nunca fui muito forte. Sempre me achei aquele tipo de rapariga fraca, que não sabe reagir, comunicar com outras pessoas e mostrar-me segura de mim, lutar pelos meus sonhos e ter uma discussão coerente com argumentos para vencer.
E é verdade. Nunca fui muito disso, sempre me refugiei muito no meu canto, sempre fui pouco expressiva (especialmente pessoalmente, já que sou mais de escrever) e evitei sempre confusões e gritarias, porque realmente, nunca faço nada bem, estou sempre a errar, a magoar e afastar as pessoas que me rodeiam.
Autoestima baixa, fugir aos problemas (ou tentar desenrascar-me deles), “fugir”/refugiar-me no meu quarto aquando discussões familiares.
Prefiro ouvir a calar. Outro erro meu. Mas lá está, mesmo que saiba que não está correto, eu não consigo arranjar argumentos definidos para me defender.
Asneira atrás de asneira.
Vai haver uma altura, uma fase, um porra de um momento em que toda agente se vai fartar de mim, de me aturar e até eu mesma me vou fartar de mim (como agora), só que quando acontecer à séria vai ser mesmo no limite, no fundo do poço sem retorno.
As minhas bases (amigos, família, babe) já começaram a fraquejar. Já tive “perdas” por este percurso que tenho andado a percorrer, mas de certa forma essas pessoas acabaram por voltar, já os sinto outra vez presentes em mim, a seguir a minha sombra pelo menos.
Já estive mais forte, sei que desenvolvi uma capa protetora para não me magoar (tanto), mas ultimamente sinto-me em baixo novamente, sem forças para esconder e proteger o choro, porque não o tenho conseguido evitar sequer. Mas eu esforço-me, juro que me esforço, todos os dias, mas ao que parece nunca é o suficiente. Cubro a asneira com desculpas sinceras, mas que no dia seguinte volto a errar em mais alguma coisa.
Eu realmente não sei o que mais fazer para melhorar, para estar minimamente razoável para as pessoas que amo, prezo e gosto. Não me interessa o que as outras pessoas fora destes grupos possam pensar de mim, isso é-me indiferente. Não sou o suficiente para ninguém me tratar como eu sou e suportar as minhas virtudes e defeitos.
Eu tento estar bem, todo o santo dia, mas às vezes é impossível fingir ou estar sempre bem. Não sou de ferro, não aguento tudo e mesmo aplicando a regra do “entra a 100  sai a 200” para não sofrer, acabo na mesma no escuro, sozinha.
Tirando isto tudo, todas estas coisinhas, sim, estou bem e viva, por agora.
p.s.: acho que não vou aguentar mais…
Ana Coelho

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