terça-feira, 21 de maio de 2013

6# - triste ;$


Aposto que nunca te sentiste assim. Assim capaz de acabar com a tua vida num segundo. Capaz de esquecer tudo o que te rodeia e pôr fim à tua vida. Pôr fim a uma vida de merda. Uma vida que não desejas a ninguém.
Aposto que nunca te odiaste tanto ao ponto de desejares atirar-te abaixo de alguma coisa e morreres. Ao ponto de te cortares. Ao ponto de pensares em mil e uma formas de acabares com a tua vida. É tão fácil fazê-lo. Porque não tentar?
Aposto que nunca sentiste um vazio dentro de ti. Uma força que não te prende a este lado. Um impulso para fazer o oposto do que todos esperam de ti e esquecer todos os que pensam que gostam de ti. Porque realmente pensas que ainda há alguém que gosta de ti, que te curte e que se importa contigo.
Aposto que nunca ficaste mal só por estares na presença de alguém. Que nunca deixaste cair uma lágrima sequer só por uma pessoa te ter falado mal.
Mas eu estou nessa situação. Situação essa que me faz querer desistir de tudo o que conheço e aprendi até agora. Situação que não me faz querer viver. Longe disso.
Sempre que essa pessoa fala comigo faz com que sinta que eu não presto. Que nem sequer mereço respirar o mesmo ar que essa pessoa.
Essa horrível pessoa deita-me constantemente abaixo, mesmo estando poucas vezes comigo. Simples palavras magoam-me mesmo. Fazem-me querer chorar. Um choro que ninguém vê. E ninguém vê porque ninguém se importa realmente comigo. Ninguém me quer ver feliz. A soltar um breve sorriso ou uma breve gargalhada.
Ninguém vê, sente, pensa ou sequer sabe como me sinto e pelo que passo todos os dias. É uma luta constante contra tudo e contra todos. E sinceramente não sei se aguento tudo isto por mais algum pouco tempo que seja.
Quero desaparecer daqui. Apetece-me afogar-me em choro. Deitar-me abaixo de uma ponte, prédio. Cortar as veias e fazer com que não resista à dor impulsionante no meu corpo.
Odeio-me tanto. Odeio-me por ser tão fraca. Tão horrível. Odeio-me por não conseguir suportar ofensas daquela pessoa.
Vale a pena esperar que tudo isto passe? Não.
E tu nunca vais compreender todas estas minhas dificuldades e fraquezas. Porque tens quem goste e se preocupe contigo. Tens quem fuja contigo quando estás a precisar. Que faça todo o tipo de loucuras por ti e contigo.
Mas eu não. Não tenho ninguém que me puxe pelo braço e diga para fugirmos. Que diga que tenho valor, importância na sua vida. Que me abrace quando estou triste. E que me diga que não há ninguém como eu.
É doloroso sentir tudo isto. Ver que no fim não há uma única pessoa que não me deixe desistir. Que não me deixe chorar, levantando-me o queixo. Ou sequer limpando os pulsos quando já desabei mais uma vez.
Desisto. Desisto de tudo. Não dá para aguentar. Não aguento porque sou diferente. Porque simplesmente não dá para continuar forte e bem como toda a gente.
Vou desabar e desabar. Uma e outra vez. Até que chegue o momento em que não tenha mais forças para fingir que estou bem. Que cometa mesmo uma grande loucura.
Boa sorte para ti, que ainda estás vivo/a e não te escondes e amoleces à beira da pessoa que não te deita abaixo e de todas as outras pessoas e situações.
De alguma forma amo-te, e por isso sou estranha.

                                        Ana Coelho, 17-01-1997 *

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