segunda-feira, 21 de setembro de 2015

#26 - 2.07.2015 - mudanças

“-Como cresceste!”
Olhou e viu, nada tinha mudado, era só impressão sua. Talvez estivesse mais alta e não tenha notado, talvez tenha engordado no número de calças ou os pés estivessem maiores. Ou… não, não podia ser. Não podia estar a dizer que cresci enquanto miúda e passei a ser rapariga crescida ou mulher.
Os traços continuavam os mesmos, a mesma cara de pita, olhar chorão, dedos na boca e cabeça baixa, com o cabelo sempre a tapar metade da cara. Corpo nada simétrico, corpo desmedido e altura igual à de sempre.
Não haviam novas tentações nem desejos, quanto mais escolhas de vida nem opções amorosas. As mesmas asneiras de sempre, a mesma atitude perante as coisas que a rodeiam.
As roupas caíam da mesma forma, tapavam o corpo nada bonito e mantinham-na quente como sempre, que apesar da sua frieza sempre constante com tudo, em especial com as pessoas desconhecidas ou intrometidos, estava sempre quentinha, fosse a altura do ano que fosse.
Continuava com a ânsia de sempre, de crescer, de se tornar mais forte em todos os sentidos, de ganhar coragem de viver e enfrentar o mundo.
Mas esse dia ainda não tinha chegado, era impossível ter crescido, garanto que era.

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