sexta-feira, 4 de julho de 2014

18# - verdade ou ficção...

“Eu ouvia gritos na minha cabeça, parecia que vidros se estavam a partir mesmo atrás de mim, sentia os braços presos como se me estivessem a agarrar e magoar, a garganta estava espessa devido ao sangue que por ela escorria…
Mas o que poderia estar a acontecer? A única coisa que me lembrava era de me ter deitado na cama ainda despida depois do duche e de estar com uma calma que me segurava com força para não cair. Mas de repente estava presa a isso, a este terror que não sabia lidar ou compreender.
-Deixa-me sair daqui! O que se está a passar comigo?
Eu gritava, pelo menos o meu instinto ou sentidos mentais mostravam-me que estava a gritar em pensamentos.
Sentia os olhos a rasgar, mas depois de tanta dor consegui abri-los finalmente. Era estranho, mas via tudo búzio à minha frente, algo parecido com uma praia em que havia um grande castelo de areia meio destruído, em que essa praia tinha pouco luz.
-Onde estou? Por que estou aqui?
Mais uma vez tentei gritar a plenos pulmões, mas a única coisa que sentia a sair da boca era o sangue fervente.
Tentei sem resultado piscar os olhos para ver claramente, mas voltei a ficar com eles fechados, senti o meu corpo ficar preso ao chão com tanta brutidão que quase senti os ossos a estalarem sobre mim. A minha pele começou a queimar, os braços senti que estavam a ficar mais apertados, a garganta a entupir, milhares de vidros a cair sobre mim…
PUM! Acordei daquele espécie de transe, e que nojo de mim. Corri para o wc e vomitei tudo o que tinha para sair.
Sangue saiu também, será que não tinha sido só um pesadelo?”

Ana Coelho*

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